domingo, junho 05, 2011

Amas-secas

"No noticiário da SIC Notícias, Mário Crespo e Bagão Félix comentam durante uma eternidade o caso de uma ama-seca ilegal que maltratava crianças. Primeiro, encontram as causas do drama: a omissão do Estado. A seguir, inventariam o remédio: a intervenção do Estado. Por fim, definem o método preventivo: Estado, Estado e, se possível, ainda um bocadinho mais de Estado.

Embora pequeno na dimensão e na idade das vítimas, o episódio é simbólico do modo como se debatem os assuntos da educação, e não só da educação, em Portugal. Nem por um instante ocorreu ao jornalista e à luminária desta "direita" que nos calhou em sorte mencionar os deveres dos progenitores, os quais talvez sejam tidos e achados na matéria, seja no fabrico das crianças, seja nos cuidados que as crianças exigem. Sou eu que sou um perigoso "neoliberal" ou é legítimo esperar que, do momento da fecundação em diante, há outros protagonistas na história além dos poderes públicos e um bando de criaturinhas indefesas? Os pais não deviam ponderar em que condições procriam e em que condições armazenam os rebentos? As pessoas não são responsáveis pelo que fazem? Obviamente, não. E eu sou um perigoso "neoliberal".

Quanto ao caso da ama-seca, julgo que o motivo da indignação foi mesmo a sua ilegalidade. Desde que enfiadas em instituições certificadas pelo Estado, ninguém se indigna com as centenas de milhares de criaturas maltratadas por um sistema de ensino que as condena à radical ignorância. Algumas têm 50 ou 60 anos e frequentam as Novas Oportunidades e falcatruas similares. Pessoas de 50 anos não são crianças? O Estado discorda
."

Alberto Gonçalves

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Caro Alberto, você tem um problema, grave, devia tratar dele!

Os pais fazem o que podem para ter filhos pois se assim não fosse, nem você teria nascido para estar aqui a debitar asneiradas. Pois calro que ´eum neoliberal, os neoliberais não querem saber de crianças, se possível coloca-as em estábulos e deixa-as crescer para continuar a alimentar a máquina capitalista. Os pais não interessam, ao contrário da época em que nasceu, Sr. Alberto, agora os dois têm de trabalhar para conseguir alimentar as crianças, e como o estado não cria infantários, algo de fundamental num país que queira subsistir como tal, os pais, procuram aquilo que o seus recursos permitem, e o resultado é o que se vê!

segunda-feira, junho 06, 2011  

Enviar um comentário

<< Home

Divulgue o seu blog!