Os deuses e a loucura
"Há um provérbio grego muito antigo que sintetiza o actual clima europeu: "Aquele que os deuses desejam destruir, primeiro tornam-no louco". Os deuses querem destruir esta ideia de Europa construída à sombra do euro.
Para o conseguir contaram com a simpática colaboração dos líderes europeus. E não necessitaram de utilizar os seus poderes para os tornarem loucos. Os líderes fizeram da loucura a sua fé e prática política. Decidir é a essência da política mas a indecisão é a norma dos líderes europeus. A ordem política, económica e social criada após a II Guerra Mundial está a ser demolida. A crise da dívida é a ponta do iceberg onde se aloja o fim do Estado social e da união política. Os EUA que criaram as condições para que a Europa se unisse. Na NATO contra a ameaça soviética. Depois com o Plano Marshall, a locomotiva da união económica. Por isso a UE não foi apenas uma união económica. Foi uma forma de garantir a redenção do continente. Não queria ser uma aliança militar porque isso foi sempre o prelúdio de tragédias e guerras. A Europa escolheu a economia para se unir.
A ideia era simples: o mercado livre seria regulado por uma burocracia central que suprimiria o nacionalismo criando a prosperidade sem acabar com as identidades nacionais. A moeda única, o euro, foi a expressão dessa esperança. O problema é que não há alma europeia. Há interesses políticos e económicos divergentes que se acomodaram à sombra do euro. E eles são cada vez mais difíceis de gerir. Daqui a duas semanas a Europa decidirá se quer suicidar-se. Ou se, mais uma vez, procurará a redenção."
Fernando Sobral
Para o conseguir contaram com a simpática colaboração dos líderes europeus. E não necessitaram de utilizar os seus poderes para os tornarem loucos. Os líderes fizeram da loucura a sua fé e prática política. Decidir é a essência da política mas a indecisão é a norma dos líderes europeus. A ordem política, económica e social criada após a II Guerra Mundial está a ser demolida. A crise da dívida é a ponta do iceberg onde se aloja o fim do Estado social e da união política. Os EUA que criaram as condições para que a Europa se unisse. Na NATO contra a ameaça soviética. Depois com o Plano Marshall, a locomotiva da união económica. Por isso a UE não foi apenas uma união económica. Foi uma forma de garantir a redenção do continente. Não queria ser uma aliança militar porque isso foi sempre o prelúdio de tragédias e guerras. A Europa escolheu a economia para se unir.
A ideia era simples: o mercado livre seria regulado por uma burocracia central que suprimiria o nacionalismo criando a prosperidade sem acabar com as identidades nacionais. A moeda única, o euro, foi a expressão dessa esperança. O problema é que não há alma europeia. Há interesses políticos e económicos divergentes que se acomodaram à sombra do euro. E eles são cada vez mais difíceis de gerir. Daqui a duas semanas a Europa decidirá se quer suicidar-se. Ou se, mais uma vez, procurará a redenção."
Fernando Sobral
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