Os salários deviam baixar?
"Daniel Bessa sugere que as empresas exportadoras deviam aumentar o tempo de trabalho, sem remuneração extra, para serem mais competitivas.
A proposta faz sentido? Teoricamente sim: produzir mais, sem pagar mais, dá às empresas expostas à concorrência internacional uma vantagem comparativa. E isso permitiria aumentar as exportações, reduzindo o défice da balança de transacções correntes (que se situa em torno de 8% do PIB).
Na prática não é garantido que funcione. Entre outras razões, por causa da desmotivação: os funcionários perceberão que, na prática, o seu salário está a baixar. Porque estão a abdicar de uma hora da sua vida em benefício da empresa. Sem serem remunerados por isso. Ou seja, não é garantido que, por esta via, a produtividade melhore o suficiente para levar as exportações a crescer 15%. Mas há solução: estabelecer uma relação entre o crescimento da produtividade (que gera melhores resultados) e a distribuição dos ganhos entre os detentores do capital e os funcionários. Podemos discutir qual a repartição dos ganhos (divisão equitativa?). Mas o fundamental é garantir que quem produz sinta que o seu esforço não serve apenas para engordar a conta bancária dos donos do capital.
É uma ideia utópica? Não. Um dos maiores problemas das empresas portuguesas é o défice de gestão, que está na base da nossa baixa produtividade. Défice que se esconde por trás de mil e uma desculpas (até o Estado entra nesta equação…). A ideia de levar os funcionários a participarem no seu próprio enriquecimento, via prémios associados ao aumento da produtividade, é um dos caminhos para tornar as empresas mais competitivas. "
Camilo Lourenço
A proposta faz sentido? Teoricamente sim: produzir mais, sem pagar mais, dá às empresas expostas à concorrência internacional uma vantagem comparativa. E isso permitiria aumentar as exportações, reduzindo o défice da balança de transacções correntes (que se situa em torno de 8% do PIB).
Na prática não é garantido que funcione. Entre outras razões, por causa da desmotivação: os funcionários perceberão que, na prática, o seu salário está a baixar. Porque estão a abdicar de uma hora da sua vida em benefício da empresa. Sem serem remunerados por isso. Ou seja, não é garantido que, por esta via, a produtividade melhore o suficiente para levar as exportações a crescer 15%. Mas há solução: estabelecer uma relação entre o crescimento da produtividade (que gera melhores resultados) e a distribuição dos ganhos entre os detentores do capital e os funcionários. Podemos discutir qual a repartição dos ganhos (divisão equitativa?). Mas o fundamental é garantir que quem produz sinta que o seu esforço não serve apenas para engordar a conta bancária dos donos do capital.
É uma ideia utópica? Não. Um dos maiores problemas das empresas portuguesas é o défice de gestão, que está na base da nossa baixa produtividade. Défice que se esconde por trás de mil e uma desculpas (até o Estado entra nesta equação…). A ideia de levar os funcionários a participarem no seu próprio enriquecimento, via prémios associados ao aumento da produtividade, é um dos caminhos para tornar as empresas mais competitivas. "
Camilo Lourenço
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