Defice abaixo de 4,5%? Porquê a euforia...?
"O primeiro-ministro disse ao "Correio da Manhã" que o défice orçamental deste ano vai ficar abaixo de 4,5%. Isto com a inclusão da massa que virá do fundo de pensões da banca...
É uma boa notícia? Não. Nem para os mercados... nem para o cidadão comum. Para os mercados porque eles "descontam" estas falsificações. E olham para o que interessa: relação entre despesas e receitas normais (sem as extraordinárias).Ou seja, para eles o défice real está bem acima dos 5,9% com que nos comprometemos (esta falsificação até é capaz de piorar a nossa credibilidade – é a 4ª em dez anos...).
Mas também não é boa notícia para os cidadãos. Não, não é por causa das consequências daqui a 12 anos, quando a Segurança Social começar a pagar aos reformados da banca (altura em que terá de desencantar os 3,3 mil milhões que o Estado foi agora buscar ao baú para pagar dívidas). É por outra razão: é que em 2012 o esforço (pagamento de impostos e corte de despesa) que teremos de fazer para cumprir os 4,5% acordados com a Troika será o mesmo que... se o défice de 2011 não ficasse abaixo de 4,5%.
É uma conclusão lapalissiana, dirão alguns. Sim... mas para quem tem literacia financeira. Como o cidadão comum não a tem, não vai perceber por que o obrigam a ficar sem 50% do 13ª mês em 2012 e a fazer um esforço draconiano em 2012. Bem, sejamos honestos: não são apenas os que não têm literacia financeira. Mesmo os que a têm vão repetir até à exaustão que, à conta da folga do fundo de pensões, não seria preciso tributar o 13º de 2011. Por questões eleitoralistas? Sem dúvida: mas alguém está preocupado com o país?"
Camilo Lourenço
É uma boa notícia? Não. Nem para os mercados... nem para o cidadão comum. Para os mercados porque eles "descontam" estas falsificações. E olham para o que interessa: relação entre despesas e receitas normais (sem as extraordinárias).Ou seja, para eles o défice real está bem acima dos 5,9% com que nos comprometemos (esta falsificação até é capaz de piorar a nossa credibilidade – é a 4ª em dez anos...).
Mas também não é boa notícia para os cidadãos. Não, não é por causa das consequências daqui a 12 anos, quando a Segurança Social começar a pagar aos reformados da banca (altura em que terá de desencantar os 3,3 mil milhões que o Estado foi agora buscar ao baú para pagar dívidas). É por outra razão: é que em 2012 o esforço (pagamento de impostos e corte de despesa) que teremos de fazer para cumprir os 4,5% acordados com a Troika será o mesmo que... se o défice de 2011 não ficasse abaixo de 4,5%.
É uma conclusão lapalissiana, dirão alguns. Sim... mas para quem tem literacia financeira. Como o cidadão comum não a tem, não vai perceber por que o obrigam a ficar sem 50% do 13ª mês em 2012 e a fazer um esforço draconiano em 2012. Bem, sejamos honestos: não são apenas os que não têm literacia financeira. Mesmo os que a têm vão repetir até à exaustão que, à conta da folga do fundo de pensões, não seria preciso tributar o 13º de 2011. Por questões eleitoralistas? Sem dúvida: mas alguém está preocupado com o país?"
Camilo Lourenço
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