Dinheiro do BCE não ajuda só os bancos
"A banca foi a grande beneficiada com os dois últimos "mega-empréstimos" realizados pelo BCE. Mais de um bilião de euros, com uma taxa de juro de 1% e um prazo de três anos, representa para o sector financeiro europeu uma oportunidade única para resolver parte dos seus problemas de financiamento e esticar as maturidades das dívidas.
Mas os críticos desta medida, que acusam o BCE de estar a favorecer apenas a banca, esquecem-se dos efeitos "colaterais" das duas operações de refinanciamento de longo prazo conduzidas pela autoridade monetária europeia. Para os portugueses que têm crédito à habitação, com taxa variável, os efeitos não têm sido poucos e vão fazer-se sentir ao longo de todo este ano.
Desde o início de Dezembro [precisamente quando o BCE baixou os juros para 1% e anunciou que iria emprestar dinheiro sem limite a longo prazo aos bancos], a taxa Euribor a 3 meses tem descido todas as sessões, acumulando já uma quebra superior a meio ponto percentual em pouco mais de três meses. A diferença das taxas entre Dezembro e agora representa uma descida de cerca de 7% no valor da prestação mensal do crédito à habitação. Uma poupança que os portugueses vão sentir no seu orçamento ao longo deste ano, e que servirá para atenuar o forte impacto das medidas de austeridade implementadas para baixar o défice, como o aumento de impostos e corte de salários.
Mario Draghi classificou os resultados dos empréstimos de "sucesso inquestionável" e tem razão. Os bancos estão mais desafogados, mas também os orçamentos das famílias e os mercados financeiros. O sucesso só não é total porque parece estar a falhar num dos seus principais objectivos: aumentar o volume de crédito na economia europeia. A grande maioria dos 800 bancos que participaram no leilão de Fevereiro foram buscar o dinheiro ao BCE para o "devolverem" a Frankfurt no dia seguinte. Apesar do temido "credit crunch" ter sido aparentemente evitado, as empresas portuguesas continuam a queixar-se que não têm acesso ao crédito. "Falta saber para onde vai esse dinheiro", afirmou Belmiro de Azevedo, poucos dias depois do último leilão. A resposta veio pouco tempo depois. O presidente do Montepio reconheceu que o dinheiro que o banco obtém junto do BCE está aplicado em dívida pública portuguesa. A garantia de que não falta crédito aos projectos e empresas que mais riqueza geram é fundamental para reanimar a economia portuguesa e aqui a banca tem um papel fundamental. "
Nuno Carregueiro
Mas os críticos desta medida, que acusam o BCE de estar a favorecer apenas a banca, esquecem-se dos efeitos "colaterais" das duas operações de refinanciamento de longo prazo conduzidas pela autoridade monetária europeia. Para os portugueses que têm crédito à habitação, com taxa variável, os efeitos não têm sido poucos e vão fazer-se sentir ao longo de todo este ano.
Desde o início de Dezembro [precisamente quando o BCE baixou os juros para 1% e anunciou que iria emprestar dinheiro sem limite a longo prazo aos bancos], a taxa Euribor a 3 meses tem descido todas as sessões, acumulando já uma quebra superior a meio ponto percentual em pouco mais de três meses. A diferença das taxas entre Dezembro e agora representa uma descida de cerca de 7% no valor da prestação mensal do crédito à habitação. Uma poupança que os portugueses vão sentir no seu orçamento ao longo deste ano, e que servirá para atenuar o forte impacto das medidas de austeridade implementadas para baixar o défice, como o aumento de impostos e corte de salários.
Mario Draghi classificou os resultados dos empréstimos de "sucesso inquestionável" e tem razão. Os bancos estão mais desafogados, mas também os orçamentos das famílias e os mercados financeiros. O sucesso só não é total porque parece estar a falhar num dos seus principais objectivos: aumentar o volume de crédito na economia europeia. A grande maioria dos 800 bancos que participaram no leilão de Fevereiro foram buscar o dinheiro ao BCE para o "devolverem" a Frankfurt no dia seguinte. Apesar do temido "credit crunch" ter sido aparentemente evitado, as empresas portuguesas continuam a queixar-se que não têm acesso ao crédito. "Falta saber para onde vai esse dinheiro", afirmou Belmiro de Azevedo, poucos dias depois do último leilão. A resposta veio pouco tempo depois. O presidente do Montepio reconheceu que o dinheiro que o banco obtém junto do BCE está aplicado em dívida pública portuguesa. A garantia de que não falta crédito aos projectos e empresas que mais riqueza geram é fundamental para reanimar a economia portuguesa e aqui a banca tem um papel fundamental. "
Nuno Carregueiro
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