terça-feira, dezembro 18, 2012

II - Cont.


Percebe-se como funciona um ataque especulativo tomando como exemplo paradigmático o caso do império mediático alemão Kirche. Em 2001 os administradores do Deutsche Bank (AckermannY Baumann) difundiram rumores falsos de que o grupo não poderia pagar a sua dívida e que  não conseguiria refinanciamento. Soa-lhes a alguma coisa(?). Provocaram a maior quebra dos nossos tempos para se apoderarem dele. Em 2011 a justiça alemã esclareceu o assunto e o presidente Ackermann, amigo íntimo de Merkel, demitiu-se e propôs uma indemnização de 1.000 milhões de euros para silenciar o escândalo. Como se vê antes da Grécia já existiam situações gravíssimas  de especulação contra empresas alemãs.

Sistema idêntico está ser utilizado para desacreditar os Estados do Sul, como a Espanha. Como beneficia a Alemanha com estes ataques?

Gera rumores para fazer disparar os juros quando pede empréstimo.

Impõe privatizações rentáveis que pela não defesa do governo nos interesses dos países serão vendidos a preços de saldo.

Provoca asfixia creditícia para desvalorizar acções de grandes empresas, no caso de Portugal: ANA, REN, TAP,GALP, EDP, PT,CGD,(…) no caso espanhol: Telefónica, Iberdrola, Repsol, Gas Natural(…), das quais se apoderam grupos alemães ou dos chamados países ricos do norte ou dos estados oligarcas.

Mas o mais rentável é propagar o pânico financeiro – que é crime – a fuga de capital com medo de uma nova Argentina.

No caso de Espanha em 8 meses de 2012 saíram 330.000 milhões ( a que se deve somar o equivalente da Grécia, Itália e Portugal) que foram parar a bancos da Suiça, Luxemburgo, Holanda e Alemanha, valores sem precedentes segundo a Bloomberg. O austericídio dá grandes benefícios…

Por detrás do disfarce de (in)dependência, Jens Weiddmann, presidente do Banco Central alemão, contribuiu para este pânico questionando cada teste a Espanha ou Portugal, neste caso mais maleável. Continua na linha do seu predecessor, Alex Weber, que no mesmo ano em que deixou o Bundesbank (2011) foi “premiado” por fustigar o sul com a presidência da UBS, um dos bancos privados do eixo alemão que beneficia com a “deportação” de milhares de milhões de euros provenientes do sul.

O escândalo libor-euribor/Barclays é a última prova das práticas fraudulentas e especulativas deste cartel, o qual alterava o preço do dinheiro e incrementou o custo das hipotecas dos europeus. Entre os implicados estavam o Deutsche Bank, o Credit Suisse e UBS junto com o Lloyds e o Royal Bank of Scotland (RBS) – são os Bankias do governo inglês, nacionalizados entre 40 e 80 %.

Pelo contrário, os bancos espanhóis, Santander, BBVA e La Caixa, não estão implicados em práticas semelhantes. Não precisaram de resgates e o Santander é considerado o melhor banco do mundo segundo a Euromoney.

A Comissão Europeia não detectou o cartel libor, nem a trama especulativa sobre a dívida grega oculta, nem desmascara o clube bancário que controla o mercado de casino de Londres, (denunciado pela imprensa norte-americana). Nem manda investigar quais são os beneficiários especulativos que estão destruindo os estados do sul da europa. Continuarão a EU, Barroso, e o comissário Almunia fazendo vista grossa  a este “laissez faire” que são sua responsabilidade e competência, denunciar aos tribunais? O que sabemos é que o antecessor, lord Brittan ( um dos arquitectos do mercado de casino, junto com Thatcher) foi colocado como vice presidente da UBS. Outro vice-presidente da EU, Solbes, é hoje assessor do Barclays.

O governo alemão, o grande instigador,  pretende apropriar-se do capital do sul até às eleições de 2013. A Espanha e a Itália (embora com um PM homem do Goldman Sachs) devem  resistir aos resgates draconianos. O Tribunal da EU (Caso Sint Servatius, 2009) declarou justificada a restrição à livre circulação de capitais se provocasse ataques às políticas sociais. Mais ainda se tal especulação prejudicasse a soberania económica e social de um país membro. Assim, presenciamos de forma passiva à destruição do mercado único europeu e à imposição de um mercado único euro-alemão.

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