II - Cont.
Percebe-se como funciona um
ataque especulativo tomando como exemplo paradigmático o caso do império
mediático alemão Kirche. Em 2001 os administradores do Deutsche Bank
(AckermannY Baumann) difundiram rumores falsos de que o grupo não poderia pagar
a sua dívida e que não conseguiria
refinanciamento. Soa-lhes a alguma coisa(?). Provocaram a maior quebra dos
nossos tempos para se apoderarem dele. Em 2011 a justiça alemã esclareceu o
assunto e o presidente Ackermann, amigo íntimo de Merkel, demitiu-se e propôs
uma indemnização de 1.000 milhões de euros para silenciar o escândalo. Como se
vê antes da Grécia já existiam situações gravíssimas de especulação contra empresas alemãs.
Sistema idêntico está ser
utilizado para desacreditar os Estados do Sul, como a Espanha. Como beneficia a
Alemanha com estes ataques?
Gera rumores para fazer disparar
os juros quando pede empréstimo.
Impõe privatizações rentáveis que
pela não defesa do governo nos interesses dos países serão vendidos a preços de
saldo.
Provoca asfixia creditícia para
desvalorizar acções de grandes empresas, no caso de Portugal: ANA, REN,
TAP,GALP, EDP, PT,CGD,(…) no caso espanhol: Telefónica, Iberdrola, Repsol, Gas
Natural(…), das quais se apoderam grupos alemães ou dos chamados países ricos
do norte ou dos estados oligarcas.
Mas o mais rentável é propagar o
pânico financeiro – que é crime – a fuga de capital com medo de uma nova
Argentina.
No caso de Espanha em 8 meses de
2012 saíram 330.000 milhões ( a que se deve somar o equivalente da Grécia,
Itália e Portugal) que foram parar a bancos da Suiça, Luxemburgo, Holanda e
Alemanha, valores sem precedentes segundo a Bloomberg. O austericídio dá
grandes benefícios…
Por detrás do disfarce de
(in)dependência, Jens Weiddmann, presidente do Banco Central alemão, contribuiu
para este pânico questionando cada teste a Espanha ou Portugal, neste caso mais
maleável. Continua na linha do seu predecessor, Alex Weber, que no mesmo ano em
que deixou o Bundesbank (2011) foi “premiado” por fustigar o sul com a
presidência da UBS, um dos bancos privados do eixo alemão que beneficia com a
“deportação” de milhares de milhões de euros provenientes do sul.
O escândalo
libor-euribor/Barclays é a última prova das práticas fraudulentas e
especulativas deste cartel, o qual alterava o preço do dinheiro e incrementou o
custo das hipotecas dos europeus. Entre os implicados estavam o Deutsche Bank,
o Credit Suisse e UBS junto com o Lloyds e o Royal Bank of Scotland (RBS) – são
os Bankias do governo inglês, nacionalizados entre 40 e 80 %.
Pelo contrário, os bancos
espanhóis, Santander, BBVA e La Caixa, não estão implicados em práticas
semelhantes. Não precisaram de resgates e o Santander é considerado o melhor
banco do mundo segundo a Euromoney.
A Comissão Europeia não detectou
o cartel libor, nem a trama especulativa sobre a dívida grega oculta, nem
desmascara o clube bancário que controla o mercado de casino de Londres,
(denunciado pela imprensa norte-americana). Nem manda investigar quais são os
beneficiários especulativos que estão destruindo os estados do sul da europa.
Continuarão a EU, Barroso, e o comissário Almunia fazendo vista grossa a este “laissez faire” que são sua responsabilidade
e competência, denunciar aos tribunais? O que sabemos é que o antecessor, lord
Brittan ( um dos arquitectos do mercado de casino, junto com Thatcher) foi
colocado como vice presidente da UBS. Outro vice-presidente da EU, Solbes, é
hoje assessor do Barclays.
O governo alemão, o grande
instigador, pretende apropriar-se do
capital do sul até às eleições de 2013. A Espanha e a Itália (embora com um PM
homem do Goldman Sachs) devem resistir
aos resgates draconianos. O Tribunal da EU (Caso Sint Servatius, 2009) declarou
justificada a restrição à livre circulação de capitais se provocasse ataques às
políticas sociais. Mais ainda se tal especulação prejudicasse a soberania
económica e social de um país membro. Assim, presenciamos de forma passiva à
destruição do mercado único europeu e à imposição de um mercado único euro-alemão.
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