terça-feira, dezembro 18, 2012

Os governos filhos das troikas, a economia de casino e o fim da UE-I


O ataque alemão aos países do sul

A imposição do governo de Merkel em relação aos pacotes de austeridade exigidos aos países do sul, fazem entender que é uma estratégia do mesmo e do sistema bancário e financeiro, no caso alemão, para esconder o enorme buraco financeiro da opinião pública.

A desregulamentação jurídica criada em 2 000 provocou uma alteração do capitalismo produtivo para um mercado financeiro de casino, sem supervisão em que a informação privilegiada foi permitida funcionando como num mercado de apostas.

Esta bolsa privada e a sua transparência, com sede em Londres e N.Y., está nas mãos de um cartel composto por seis megabancos americanos e seis megabancos europeus, todos falidos e resgatados pelos seus governos, quer dizer, pelos contribuintes.

Esta é a verdadeira origem da crise: um novo capitalismo de casino e de apostas em produtos financeiros tóxicos – como as hipotecas subprime – e que agora especula com a dívida soberana dos países do sul. A causa da crise, não é a bolha imobiliária, nem o endividamento – as dívidas inglesa e americanas eram imensamente superiores -, nem a indisciplina fiscal. A bolha foi hipotecária: titularizar e revender hipotecas tóxicas no mercado.  Precisamente, o Deutsche Bank foi um dos que maiores implicados, segundo revelou o Senado Norte Americano. Este banco colocou produtos aos seus clientes sabendo que perderiam dinheiro, tanto nos USA ( pacote “Gemstone VII) como na Alemanha, tendo sido condenado no  Supremo Tribunal em 2011. Os cidadãos alemães foram as primeiras vítimas da voracidade dos seus bancos.

A Alemanha aliás, foi quem promoveu as apostas contra os países do sul.  O Deutsche Bank foi um dos artífices deste novo Mer-ado de dívida soberana – e do seu índice de preços Markit – que fez disparar os ataques especulativos. O Goldman Sachs assessorou os políticos antipatriotas gregos para ocultar a dívida e assim logrou entrar no Euro, depois, com esta informação privilegiada, apostou junto com o Deutsche Bank  o afundamento da Grécia. Atacar os país do sul foi a fórmula usada pelo governo e bancos  alemães para recuperar as perdas dos bancos com a patologia do jogo.

Semelhante forma depredadora contra a própria Eurozona motivou a filtragem da informação confidencial do supervisor financeiro alemão, o BaFin (confirmado por outro do Merryll Lynch), que valorizou em 800.000 milhões os activos tóxicos do país em 2009. Os referidos dados revelam que uma Alemanha especulativa veio substituir o seu reputado capitalismo industrial. Em vez de processar os responsáveis, fecharam fileiras e iniciaram a campanha de descredibilização dos países do sul para desviar a atenção e subjugá-los.

Os Bankias alemães foram muitos:

Hypo Real Estate foi resgatado com mais de 100.000 milhões de Euros e em 2009 foi nacionalizado em 90%; o Industriebank (IBK), com 10.000 milhões Euros; os Landesbanbank (caixas autónomas), como o Baden-Würtentenberg, o West ou o Sachsen, receberam uns 150.000 milhões de Euros; o Dresdner Bank, segunda entidade do país, faliu e foi absorvido pelo Commerzbank, que por sua vez recebeu um resgate  de 100.000 milhões  e que estão em 25% nas mãos do governo de Merkel. O caso do Commerzbank é ilustrativo, pois o ano passado devolveu parte do resgate ao governo, 14.000 milhões de Euros, mas de que saco, senão apostando na economia de casino com informação privilegiada fornecida pelo  próprio governo?

Esta mudança paradigmática do novo capitalismo de casino: os resgates, e nacionalizações transformaram os governos alemão, norte-americano, britânico e suíço, em cobanqueiros que agora desculpam o prolongamento dos ataques especulativos porque necessitam que os bancos atrás referidos tenham benefícios rápidos e possam devolver o dinheiro injectado.

Além destes resgates, a Alemanha – que se opõe a que o BCE ajude a Espanha – oculta que o Deutsche Bank,  só em 2008, recebeu 20.000 milhões de Euros da Reserva Federal Norte americana (Fed), junto a  60.000 milhões para o Credit Suisse e UBS (Union des Banques Suisse) a juros de 0,01%.

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