Patusco Bloco de Esquerda.

"Num dos mais consultado blogues portugueses, o Barnabé, um assessor parlamentar do Bloco de Esquerda escreveu: “Os patuscos GNR portugueses vão ficar mais três meses no Iraque a gastar dinheiro público, comida e espaço para que o Governo português continue a viver a ilusão de que temos uma política continue a viver a ilusão de que temos uma política externa. A sua presença é (…) completamente inútil”. É legítima a crítica ao envio da GNR para o Iraque. Como legítima a crítica à timidez desse envio, e ao facto de não termos no Iraque uma força militar (e não só para funções policiais), o que seria mais coerente com o comprometimento do Governo português com a intervenção aliada.

Em democracia, as pessoas pensam o que quiserem. Mas já é imoral classificar de “patuscos” os militares portugueses que colocam a sua vida em risco, em missão no estrangeiro para que foram mandados por um governo eleito. Esta semana, numa das suas funções “inúteis”, o contingente da GNR desarmadilhou. Nos arredores de Nassíria, um carro-bomba com 65 quilos de explosivos num local público. Se explodisse, causaria uma catástrofe.

Os soldados da GNR foram mal ou bem mandados para o Iraque, mas foram mandados por um governo português. A partir daí, são os nossos homens. E se aqui se dá destaque a uma afirmação irresponsável é porque a indiferença com eu Portugal olha para aqueles seus homens, por vezes, pode parecer ingratidão. E esta não é de todos, como aqui fica dito.”

Editorial do "Sábado"
13/11/04