domingo, novembro 14, 2004

Ter ou não ter memória .

"As palmas que sublinharam a intervenção de Luís Marques Mendes no Congresso do PSD, quando defendeu a recusa, «já», de uma coligação eleitoral para 2006, foram um sinal. Um sinal da insatisfação das bases e de quanto isso pode obstruir o caminho do «combate» - sublinhado, na abertura do conclave, por Pedro Santana Lopes e, ontem, por Nuno Morais Sarmento. Mesmo considerando os argumentos de Sarmento, na defesa da coesão do partido como elemento essencial para «a vitória» e no que lembrou da história do PSD, seria imprudente não entender os aplausos a certos momentos da intervenção de Mendes. A coesão e a força do PSD dependem em muito do seu líder. Sobretudo porque a intervenção de Marques Mendes, mesmo considerando a sua perspicácia e eficácia políticas, levanta uma interrogação: ele fez parte, ou não, do Governo de Durão Barroso? Se a resposta for afirmativa, então o seu discurso inicia uma reescrita da História, porque muito do que ele defendeu como militante do PSD diverge daquilo que defendeu como governante. Este factor de memória é perturbador para a opinião pública, tanto em relação ao PSD como a outros partidos.

A recente intervenção de António Guterres no Congresso da Democracia, quando criticou a «promiscuidade entre políticos e jornalistas», representa, também, uma notável manipulação da História - partindo, como partiu, do primeiro-ministro responsável pela mais clara política de promiscuidade agora denunciada. Neste jogo de memória e de falta de memória não basta a Santana ou a Sarmento referirem os factos. À falta de memória de alguns políticos junta-se a dos cidadãos e a dos eleitores - e estes últimos parecem assustados. «É a vida», dizia Guterres. Atento à vida das pessoas, Marques Mendes reflectiu, para além de outras dúvidas, esse temor no seu discurso. Santana está tão cercado, ou mais, quanto Cavaco esteve. Cavaco saltou sobre os obstáculos governando bem. Santana tem aí um bom exemplo."

JOSÉ MANUEL BARROSO

8 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Paulo

Guterres é um politico muito soft e sem pulso para assumir o cargo de presidente da republica. Ele pode ser um expert em politica mas não consegue por as suas ideias a funcionar porque parece ser bastante influênciavel e flexivel demais.

domingo, novembro 14, 2004  
Anonymous Anónimo said...

Este Guterres fala de gastar dinheiro como se o despesismo incontrolado não tivesse sido inventado e utilizado por ele e pelos seus amigos xoxalistas até ao ponto de ter que abandonar o governo pq já não conseguia tapar mais buracos com dinheiro. TINHA-O GASTADO TODO e vem agora pregar lições de economia. TENHA VERGONHA E DESAPAREÇA DE NOVO!

domingo, novembro 14, 2004  
Anonymous Anónimo said...

Está provado que o ps e a esquerdalhada só sabem ser oposição, a prova é que passados 3 anos o engenheiro tonecas aparece com uma grande lata a dar sermões à malta cá do Burgo.Esqueceu-se da crise que o levou a fugir covardemente do país,procurando refugio na is, demagogico e falacioso guterres ainda não explicou a fuga da"tralha"ou a compra da Lusomundo pela PT,a propaganda tapa-lhe o pensamento.

JSantos

domingo, novembro 14, 2004  
Anonymous Anónimo said...

Este já conseguiu sair do pântano?! A farpela deve estar ainda muito enlameada!Também já aprendeu a fazer contas?!Um por cento do PIB são....são...são... é só fazer a conta!!! Os ratos abandonam o barco quando a àgua começa a entrar.
Xiveve

domingo, novembro 14, 2004  
Anonymous Anónimo said...

Não disseram para voltar e que estava perdoado? Pois aí está ele na mãxima força. Quiseram-no, agora aturem-no.
Nelson

domingo, novembro 14, 2004  
Anonymous Anónimo said...

Chegou à terra prometida pelo PS depois da atravessia no deserto e do retiro dos covardes eis que falaciosamente chama de reality show a politica actual, em detrimento da sua politica de oportunismo,incompetência e covardia, iludindo o povo com a sua passividade levando o país ao caos e o Constâncio que joga com um pau de dois bicos, manda agora poupar....

domingo, novembro 14, 2004  
Anonymous Anónimo said...

O Engº.Gueterres lembra um comandante, que em porto seguro, comenta a deriva do barco que desgovernou e do qual fugiu primeiro que os ratos, insensivel ao esforço daqueles que tentam leva-lo a bom porto.Nem todos os portugueses têm memória curta Sr. Engenheiro. è só fazer as contas!
António

domingo, novembro 14, 2004  
Anonymous Anónimo said...

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terça-feira, março 06, 2007  

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