Erro grosseiro.
"A polémica relativa ao erro jornalístico grosseiro no tratamento de questões jurídicas a propósito de uma notícia do Público de 13 de Agosto de 2005 (link indisponível), elaborada por Tânia Laranjo (ex-JN), que atribuía enganosamente à Procuradoria-Geral da República a responsabilidade pelo atraso de 16 anos de uma decisão judicial, desencadeada a partir de um post de 13 de Agosto no Cum Grano Salis, continuada nas Incursões por Rui do Carmo - especialmente nos comentários ao seu post - e na Grande Loja por José e Manuel, e criticada por João Pedro Henriques no Glória Fácil, justifica um comentário.O erro acabou por ser reconhecido pela autora num comentário a esse post nas Incursões, mas só hoje foi publicado no jornal Público o esclarecimento da Procuradoria.
A censura do sistema já não é eficaz para suster a informação. As novas tecnologias e novos meios estão disponíveis. Os blogues existem. Os seus efeitos excedem muito as centenas de leitores que directamente os lêem, pois são ampliados pelos mails, pelas fotocópias, bragados (expressão cunhada aqui Do Portugal Profundo em referência a Isabel-O-Que-Oiço-Num-Blogue-Também-O-Podia-Ouvir-Na Mercearia-Braga) e até pela ressonância nalgum media coxo mais afoito. E como não os podem ignorar, por a sua informação e opinião, serem públicas e notórias, têm de ser atacados, directa e indirectamente, os seus autores.Há meses atendi uma jornalista do Público que estava a realizar um trabalho sobre blogues e me queria ouvir a mim. Respondi-lhe com paciência durante longo tempo, mas adverti-a, apesar dos protestos de rigor, que a nossa conversa seria mais um desabafo porque nem eu, nem nenhum dos blogues que lhe sugeria, iria aparecer na reportagem... Telefonei-lhe depois da reportagem, cujo conteúdo de glorificação de blogues do sistema e omissão das vozes novas e livres já esperava.
Pediu-me desculpa e, sem o poder admitir, devido a uma incontornável falta de tempo, no meio de uma explicação de que os editores do jornal tinham optado por referir os blogues de personalidades dos media e da política oficial, confirmei o peso do sistema auto-censório na autonomia dos media coxos.A conversa chocha da acusação de justicialismo cheira ao mofo podre dos salões sujos, dos gabinetes pestilentos e das antecâmaras fétidas, onde pataca-a-mim-pataca-a-ti se repartem orçamentos, discutem comissões, atribuem tachos, combinam abusos, comercializam favores, decidem manchetes, orquestram campanhas, arquivam processos, perseguem cidadãos. A corrupção.Porque o único processo de mudar o sistema é expor a corrupção. As práticas corruptas consuetudinárias no Estado português do início do terceiro milénio só se mudam com a exposição do mal. Como a corrupção domina os aparelhos partidários, instâncias de poder do Estado e grupos de pressão, e o sistema mediático tradicional está quase todo controlado, de forma directa e indirecta, pelo Governo, só a cassação pública dos corruptos, através da evidência dos seus crimes, pode reformar o sistema. No estertor, o sistema convoca os servos do ex-quarto poder e tenta resistir. A morte está anunciada, mas é eterno enquanto dura.
Os blogues constituem a vanguarda do tempo novo. O tempo novo da democracia directa da informação, escrutínio, prestação de contas, responsabilização dos eleitos, cassação de representantes, registo de interesses, consulta popular, eleições primárias nos partidos para todas as candidaturas locais e nacionais, audição dos candidatos a nomeações políticas, facilidade de apresentação de candidaturas independentes. O sistema não se está a aguentar com a denúncia dos abusos e, por isso, reage, procurando a punição - pessoal, familiar, profissional, económica, política e judicial - dos cidadãos do tempo novo da democracia directa. Mas a verdade liberta. "
Texto completo no Portugal Profundo
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