2 de Outubro de 1951

Nasce Sting. Gordon Sumner, que ganhou a alcunha de Sting por costumar tocar com uma camisola às riscas amarelas e pretas (tipo abelha, portanto), cresceu na cidade de Newscastle, em Inglaterra, filho de uma cabeleireira e de um leiteiro. A sua mãe, pianista de formação clássica, ensinou-lhe, desde cedo, as escalas do instrumento. Mas o jazz e a guitarra eram as suas verdadeiras paixões e, depois de alguns empregos, resolve mudar-se para Londres para tocar profissionalmente. Aí, conhece o baterista americano Stewart Copeland, que o convence a tentar tocar rock. Juntamente com o guitarrista britânico Andy Summers, formam os Police, em 1977.

O seu rock misturado com reggae (e com uma atitude punk) desbravou caminho com o tema "Roxanne, (hoje, um clássico) que foi incluído no seu primeiro álbum, "Outlands D'Amour", em 1978. Nos anos subsequentes, continuaram a editar álbuns, uns atrás dos outros, "Regatta De Blanc", em 79, "Zenyatta Mondatta" em 80, "Ghost In The Machine" em 81. E em 83, o último álbum de originais, "Syncronicity", que incluia o hit-single mundial, "Every Breath You Take", que lhes garantiu um lugar na história da pop. Depois de uma triunfante digressão mundial, Sting conclui que tinha alcançado tudo o que era possível com os Police, e o grupo dissolve-se no auge da sua popularidade.

Depois do desmantelamento da banda, Sting rapidamente se estabelece como um artista a solo bastante credível. E, acima de tudo, como um músico sempre preocupado em expandir as fronteiras da música Pop. Incorpora elementos puramente jazzísticos, clássicos e world na sua música, escrevendo letras que demonstram um apurado sentido literário, sempre com uma mensagem adjacente. A sua ambição não deixava ninguém indiferente, uns consideravam-no um músico inteligente, outros, pomposo. De qualquer forma, Sting afirmou-se no mundo da música como uma das suas maiores Estrelas Pop.
O músico começou a trabalhar no seu primeiro álbum a solo ainda antes dos Police se terem oficialmente dissolvido, no final de 84, reunindo um grupo de músicos de jazz como sua banda suporte. Passando do baixo para a guitarra, gravou então o seu álbum de estreia em 1983, "The Dream Of The Blue Turtles", com Branford Marsalis, Kenny Kirkland e Omar Hakim, e que teve muito boa aceitação.

O trabalho seguinte foi o ambicioso "Nothing Like The Sun", que foi dedicado à sua mãe, entretanto falecida. Trabalhando com os seus alicerces no jazz, e mais uma vez com Marsalis, Sting, contou desta feita, com a colaboração de diferentes músicos, incluindo Gil Evans e o ex-companheiro dos Police, Andy Summers. O álbum recebeu, novamente, críticas positivas, aquando da sua saída em 1987. Imediatamente a seguir, começa a fazer activamente campanha para a Amnistia Internacional e para grupos ambientalistas, criando a Raindforest Foundation, que se destinava a sensibilizar a opinião pública para a importância da preservação da floresta tropical brasileira.

Demora vários anos o sucessor de "Nothing Like The Sun". Pelo meio, em 1988, edita uma versão em espanhol do disco. Um ano depois, participa num espectáculo mal sucedido na Broadway, "The Threepenny Opera". E é só em 1991 que lança "The Soul Cages", dedicado desta feita ao seu pai, também ele falecido recentemente. "The Soul Cages" é uma álbum denso, escuro e complexo. Embora tenha chegado a segundo nas tabelas de vendas, foi menos bem sucedido que o seu antecessor. Dois anos depois, é a vez de "Ten Summoner's Tails", um disco pop e ligeiro que se tornou um sucesso. Em finais de 1993, grava com Rod Stewart e Bryan Adams o tema "All For Love", para a banda sonora do filme "Os Três Mosqueteiros", que chegou ao primeiro lugar dos tops. Segue-se a compilação "Fields Of Gold: The Best Of Sting", em 1994 e "Mercury Falling", em 1996, que, apesar de uma boa recepção inicial, cai rapidamente nas tabelas de vendas, não conseguindo gerar nenhum hit single. Todavia, Sting soube manter a sua imensa popularidade e carisma intactos. O álbum "Brand New Day", editado em 1999, confirma isso mesmo.

Dois anos depois, Sting registou em disco o concerto de comemoração dos seu 50ºaniversário, realizado na Toscânia, em Itália, e chamou-lhe "All This Time". Um dos temas incluídos no disco, intitulado "Fragile" foi dedicado pelo músico às vítimas dos atentados vividos pelos EUA no dia 11 de Setembro, o mesmo dia em que se realizou o espectáculo.

Gonçalo Passinhas