Paris ainda está a arder…
"...Melhor se compreende que a França não estivesse à espera de uma rejeição tão violenta de si própria quando, desde os anos 60, alguma coisa fez pela integração, em bairros periféricos, desde as escolas maternais e infantis aos colégios e aos liceus, parques e campos de jogos, com acessibilidades rápidas ao centro das cidades. Quem nos dera a nós!
Sem esquecer, a consciência social e política da maioria dos franceses, desde a direita republicana à esquerda de todos os matizes que sempre ostracisou a xenofobia e o racismo do extremista Le Pen, concentrando na eleição de Chirac, por 80% dos votos, a derrota dos contra valores da extrema direita.
E não foi a França que liderou na Europa um consenso contra a guerra do Iraque e nunca esqueceu o apoio à causa palestiniana?
É, por tudo isto, compreensível, que os franceses se encontrem em estado de choque. Porque, verdadeiramente, começam a dar-se conta que o seu modelo de sociedade, assente nos valores do laicismo, do respeito pela cultura, religião, identidade e dignidade de cada um, já não é uma muralha de valores contra a subversão fundamentalista, nem sequer os poupa ao ódio e despeito cultural que lhe devotam as camadas jovens das periferias.
A violência das últimas três semanas destruiu a convivência tradicional da França. As palavras tolerância, fraternidade, democracia, igualdade, obviamente, nunca fizeram sentido para os radicais de qualquer credo ou religião. Mas hoje começam a não ser credíveis para milhares de cidadãos comuns. Franceses e não só. "
Texto completo aqui.
Luis Marinho
Sem esquecer, a consciência social e política da maioria dos franceses, desde a direita republicana à esquerda de todos os matizes que sempre ostracisou a xenofobia e o racismo do extremista Le Pen, concentrando na eleição de Chirac, por 80% dos votos, a derrota dos contra valores da extrema direita.
E não foi a França que liderou na Europa um consenso contra a guerra do Iraque e nunca esqueceu o apoio à causa palestiniana?
É, por tudo isto, compreensível, que os franceses se encontrem em estado de choque. Porque, verdadeiramente, começam a dar-se conta que o seu modelo de sociedade, assente nos valores do laicismo, do respeito pela cultura, religião, identidade e dignidade de cada um, já não é uma muralha de valores contra a subversão fundamentalista, nem sequer os poupa ao ódio e despeito cultural que lhe devotam as camadas jovens das periferias.
A violência das últimas três semanas destruiu a convivência tradicional da França. As palavras tolerância, fraternidade, democracia, igualdade, obviamente, nunca fizeram sentido para os radicais de qualquer credo ou religião. Mas hoje começam a não ser credíveis para milhares de cidadãos comuns. Franceses e não só. "
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Luis Marinho
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