Ritchie Blackmore.
Guitarrista original da banda de rock Deep Purple, Ritchie Blackmore teve sempre uma trajetória musical voltada ao rock. Virtuoso no seu instrumento, também sempre demonstrou muita técnica e variações de estilo em suas composições e em seus improvisos.
Se analisarmos alguns de seus solos, podemos encontrar elementos de variados estilos. Ao se analisarmos o solo da música “Burn”, podemos encontrar arpejos que em muito se assemelham ao ordenamento do campo harmônico que Vivaldi e outros compositores utilizavam no período barroco. Ainda podemos encontrar muito mais variedades de estilos passando pelo blues e jazz como nas músicas “Rat Bat Blue”, “Wring that Neck”, nestes casos se utilizou de dissonâncias bem caracterizadas aos referidos estilos. Ao lado do tecladista Jon Lord, Ritchie Blackmore funda o Deep Purple em 1968 e ali permanece até 1974 tendo saído, segundo ele, por discordâncias musicais com a banda, que, para ele vinha caminhando para um estilo funk o qual não gostava. Tão logo sai do Deep Purple Blackmore funda o Rainbow com Dio nos vocais.
Nos Rainbow Blackmore pode desenvolver muitas descobertas e experiências musicais em seu instrumento e em suas composições. Seguindo a mesmo estilo do Deep Purple, no Rainbow Blackmore foi cada vez mais inserindo elementos da música erudita como no solo de “Light in the Black” do disco Rising, onde construiu improvisos alternados com partes de construção melódica com arpejos cadenciados na linha das sonatas barrocas. Desta fase vale ressaltar o solo de Gates of Babylon extremamente inusitado para a época, sendo extremamente ousado em termos tonais, trazendo quintas diminutas, sétimas maiores, arpejos, variações tonais, velocidade sem nunca perder o timbre de guitarra blues dos anos 70. Se pudéssemos imaginar uma mistura de Beethoven, de música árabe, de técnicas do blues, intermediado com um prelúdio de J.S.Bach esta seria a música instrumental “Dificult to Cure” composta por Ritchie Blackmore no Rainbow no inicio dos anos 80 onde faz o que parece impossível, onde demonstra habilidade técnica, consciência e conhecimento composicional fundindo elementos de uma forma habilidosa sem transparecer uma estética Frankeinstain como muitas bandas de metal melódico dos anos 90 e 2000 vêm fazendo. Para os amantes da velocidade no braço da guitarra, Blackmore não deixou a desejar. Pode-se citar vários exemplos de aproveitamento dos modos tonais no braço do instrumento sendo desenvolvido com muita técnica e velocidade.
É válido ressaltar que Blackmore sempre foi um músico que teve facilidade para fundir elementos de diversas linguagens musicais ao rock. Isto trouxe um enriquecimento muito grande ao estilo. Isto fez com que inúmeros guitarristas fossem influenciados pelas suas alquimias musicais. Na obra de Blackmore pode-se notar sérias preocupações com os objetivos estéticos, assim se utilizando signos a fim de os ordenar para não somente serem significantes de razoável dificuldade de reprodução, mas torna-los significados ao ouvinte.
José Negrin
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