domingo, abril 15, 2007

Pois pois.

"A campanha para descredibilizar o primeiro-ministro José Sócrates, a propósito das suas habilitações académicas, prossegue, mas assumindo agora contornos ridículos, porque começam a faltar argumentos aos seus promotores. Limitam-se, pelo que se vai vendo, a fazer “revisões da matéria dada” como fez o ‘Público’ na sua edição de ontem, ou então, desfazem-se em diligências para apurar eventuais erros administrativos cometidos pelas secretarias das universidades (como se isso fosse atribuível aos alunos) para não deixar apagar a chama da difamação em que estão empenhados.

Mas esta semana teve episódios mais engraçados. Por exemplo, a ida à Entidade Reguladora da comunicação dos senhores directores do ‘Público’, da SIC Notícias e da Renascença para se pronunciarem sobre a pressão do gabinete do PM sobre jornais e jornalistas. As declarações que produziram à saída foram muito divertidas. Pareciam virgens solitárias muito perturbadas a queixarem-se de terem recebido telefonemas, com pressão, que as tinham deixado muito afogueadas.

Ora, é sabido que os assessores do PM e o próprio, sobretudo quando as notícias começaram a ser difamatórias (o que dizer das da Renascença do pudico Sarsfield Cabral que terminavam sempre, “engenheiro não, licenciado talvez?” telefonaram directamente para os autores das notícias a pedir correcção e, no pleno uso dos seus direitos, a avisar que recorreriam aos tribunais para reposição da verdade.

Esta “pressão” exercida por qualquer cidadão é inteiramente legítima. O direito de resposta, sobretudo em situações em que está em causa a honorabilidade e a dignidade de quem quer que seja, não chega. Em democracia, o diálogo entre os cidadãos e os meios de comunicação social é inteiramente ajustado porque, uma vez publicado um texto que manche a honra de uma pessoa, a reparação é praticamente impossível. Esta acção em legítima defesa não subverte os princípios jornalísticos.

Se, por exemplo, o director do ‘Público’, José Manuel Fernandes, soubesse que um jornal ia publicar um relato a seu respeito em que afirmava a sua participação, nos tempos do PREC, num tribunal popular/partidário que condenou à morte um menor, coisa que é obviamente falsa, assistia-lhe o direito de exigir a não publicação desse relato e até o recurso aos tribunais para evitar que o relato fosse divulgado. Os jornalistas não devem ter medo destas pressões e devem perceber que os cidadãos, numa sociedade de informação, não têm que prestar vassalagem aos meios de comunicação social
(mais aqui).

Emídio Rangel

A tendenciosidade das notícias só nos leva a acreditar mais no contrário do defendido. Dantes ainda havia um certo acanhamento eu compunha as notícias e deixava a dúvida no ar. Agora já ninguém se preocupa com isso. Das duas uma: ou a qualidade dos fazedores de opinião diminuiu, ou pensam que o povo é acéfalo.

P.S. Lembram-se do "Caso Universidade Moderna" no qual o PS e “Orquestra Vermelha” quiseram implicar Paulo Portas e também Santana Lopes? Não pediram a demissão de Portas do Ministério da Defesa até esclarecimento cabal do "caso". E agora?

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16 Comments:

Anonymous Anónimo said...

É de facto bastante caricato, a esmagadora maioria dos jornalistas não gosta da ERC, e aqueles que mais a criticaram, segundo veio a publico, parece que passaram por lá para fazer umas queixinhas. Só quem não tem a mínima segurança sobre aquilo que escreve, se pode sentir ameaçado perante a possibilidade de vir a ser alvo de um processo judicial. Quem treme perante esta possibilidade ... Como se sentirá perante a força do dinheiro de quem lhe paga o ordenado... ?

sábado, abril 14, 2007  
Anonymous Anónimo said...

Caros jornalistas, aparentemente na blogoesfera circula a notícia de que o certificado que o gabinete de José Sócrates considera como o correcto, e que o publico coloca em http://www.publico.clix.pt/docs/politica/diplomasSocrates.pdf foi emitido posterimente a 1999, uma vez que no fundo da folha se encontram informações relativas ao número de telefone da instituição com o indicativo 21 em vez de 01, indicativo usado em 1996 e que apenas passou a 21 em outubro de 1999. Assim, peço que promova este pertinente esclarecimento junto do gabinete do PM, uma vez que tudo aponta para que tenham sido forjados certificados, o que sinceramente espero que nao tenha acontecido. Cumprimentos

sábado, abril 14, 2007  
Anonymous Anónimo said...

Sócrates é dos poucos diplomados que não se preocupa em verificar se as notas que estão registadas no seu diploma estão certas, talvez porque não precise. Se fosse um pobre diabo vindo da plebe tinha que ter muito cuidadinho. Assim a redondilha de Camões não podia ser mais actual : "Os bons vi sempre passar no mundo graves tormentos; e para mais me espantar, os maus vi sempre nadar em mar de contentamentos, cuidando alcançar assim o bem tão mal ordenado, fui mau mas fui castigado; assim que só para mim anda o mundo concertado"

sábado, abril 14, 2007  
Anonymous Anónimo said...

Então a coisa está-se a complicar ainda mais? Feder, ela já fede bastante, já fedia antes. Mas agora, das duas, uma: ou a Câmara da Covilhã tem um certificado falso, ou foi lá falsificado. Para se livrar desta acusação, a Câmara tem que vir a terreiro. Para se livrar da mesma acusação, Sócrates tem que se pronunciar. Alguém falsificou. E a quem interessava a falsificação?É como nos filmes policiais: se Sócrates foi reclassificado, era do interesse dele apresentar o certificado. Mas haverá algum interesse da Câmara da Covilhã em falsificar um certificado? Para quê? Para atacar o PM? Não me parece. Mas, de todo o modo, é um caso que nõa pode deixar d eser investigado, porque constitui crime, qualquer que seja a forma por que o vejamos.

sábado, abril 14, 2007  
Anonymous Anónimo said...

Pela análise atenta do documento, verifica-se que o documento apresentado não pode ser o original entregue antes de 1999 (ano da introdução dos numeros de telefone com 9 digitos que o documento apresenta!). Logo alguém passou um documento falso à comunicação social, com evidentes contradições, fazendo-o passar por cópia do original. Pergunto eu: o público não detectou isso logo? Foi o Sócrates que entregou este documento? Quem entregou este documento? Será que não foi alguém com o intuito de o tramar? Será que isso não prova que há aqui qualquer coisa de parecido com o caso freeport? Será que o público também faz parte desta campanha?

sábado, abril 14, 2007  
Anonymous Anónimo said...

De facto, isto não é um País, é um local mal frequentado. Pela corja que o desgoverna e por um povo estúpido e adormecido que o permite: alegre e contente. Este indíviduo, Sócrates (nem ao nome faz jus) é N vezes mentiroso: como é possível ter alguma credibilidade? Ele e os outros afirmam ter convicções: que culpa têm os portugueses disso? Não governam o País; governam-se a eles, aos familiares, aos amigos e, sobretudo, aos seus donos (Espiritos Santos e outros que realmente mandam nisto).

sábado, abril 14, 2007  
Anonymous Anónimo said...

Penso que já percebemos, agora por favor larguem o osso. Não é interessante, não é pertinente, e ajuda, mais uma vez, a desviar a atenção do essencial. Não vejo o mesmo empenho e interesse em discutir porque é que os impostos devem ou não baixar; porque é que o sistema de saúde é tão ineficiente e tão caro per capita; porque é que interessa que a reforma do ensino não aconteça; porque é que os sindicatos insistem em ser uma força retrógrada neste país. Essas e muitas outras questões, numa altura crítica de mudança, e quem as dirige, é que devia preocupar a todos. Metam a viola revanchista no saco e peçam, por uma vez, que se atinjam as metas propostas, em vez do sorriso mesquinho do insucesso de quem está no poder, como se na verdade, enquanto portugueses, beneficiassemos com isso. Não me interessa o curso do ministro. Interessa-me muito mais saber se conseguirá fazer reformas num país de status quo. Noticiaram, está noticiado. Agora chega.

sábado, abril 14, 2007  
Anonymous Anónimo said...

Se esta discrepância acontecesse numa qualquer escola pública haveria de certo um processo disciplinar ao responsável (em nome do "rigor e transparência"). Neste caso nada acontece? Aos socialistas sem capacidade de "encaixe", digo que Belmiro de Azevedo já criou mais riqueza e postos de trabalho do que Sócrates. Peço ao Público que continue a investigar tudo sobre este assunto, nomeadamente as ligações entre os diferentes "figurões". Não tem a ver com o assunto, mas sobre corrupção, o Sr. Dr. Marinho afirmou na TV, publicamente que, "quando um empresário queria ganhar um concurso, tinha que entregar dois envelopes: um para o partido e outro para o chefe do partido". Não ficou claro, mas suponho que não acontecia só com o PS! Talvez seja outro assunto para investigar. Ligando tudo isto com o "despedimento" do Ministro Luís Campos e Cunha, percebe-se melhor porque este governo já fez mais nomeações do que os anteriores (Tribunal de Contas o afirmou) - em nome do rigor, transparência e redução de despesa!...

sábado, abril 14, 2007  
Anonymous Anónimo said...

O PM não "reparou" nas diferenças entre as notas que "teve" nas cadeiras de "certificado" para "certificado" ? Ao entregar "certificados" diferentes, a responsabiliade deixa de ser da Universidade, mas de quem os entregou. Pode querer atirar com areia para os olhos das pessoas, mas nunca, nunca nos tome por tolos. O desemprego está a diminuir ? A sério ?! Porque não contabilizam os números dos que deixaram o país para trabalhar no estrangeiro, e que estão próximo dos 200.000 ? As exportações estão a crescer. Se calhar a que cresceu mais foi a dos desempregados...

sábado, abril 14, 2007  
Anonymous Anónimo said...

Por muito que custe a alguns Socialistas e demais fãs de Sócrates, pestas e por outras é que o Público deve investigar a fundo as trafulhices do Senhor José Sócrates, já que o Procurador Geral não tem coragem para investigar, por conluio político com quem o nomeou para o cargo.

sábado, abril 14, 2007  
Anonymous Anónimo said...

A mafia começa a ser descoberta, enquanto o zé povinho aperta o cinto estes "senhores" saqueiam todo o seu suor, quem com todas as dificuldades consegue tirar um curso de Engenharia numa Universidade Pública sente-se enojado com toda esta palhaçada (e não venham dizer que é normal tantos erros, só se for nos "supermercados" dos canudos...) Está na hora da PGR fazer o seu trabalho, e aos discípulos da falsidade, da corrupção e da mentira dizemos tenham VERGONHA ... queremos um futuro de valores, de principios, de verdade... sem parasitas arrogantes!

sábado, abril 14, 2007  
Anonymous Anónimo said...

É fundamental investigar as ligações entre Sócrates, Vara e o tal eng. Morais, que, onde se meteu, acabou sempre corrido por irregularidades das mais diversas. Já agora, Vara (o da célebre Fundação da Prevenção e Segurança) tanbém se licenciou(?) na UnI e passou de empregado a administrador da CGD. Pelo currículo desse tal eng. Morais (chegou ao ponto de colocar como assessora uma imigrante brasileira, empregada de restaurante), não é difícil de admitir que se trata de alguém muito pouco escrupuloso. Logo, não é de estranhar que tivesse dado notas a Sócrates sem este ter feito qualquer trabalho ou exame. Já agora, acho piada que alguns que se fartaram de "atirar pedras" ao major, à Fátima e ao Isaltino, que diabolizam o Alberto João e se indignavam com as trapalhadas de Santana Lopes, tenham a distinta lata de considerar o "UnIgate" um caso menor. É certo que os outros não são "flores que se cheirem". Mas, o Sócrates, será ? Ou será por "utilizar um perfume que esconde a sujidade"?

sábado, abril 14, 2007  
Anonymous Anónimo said...

Não é verdade que não é da competência do aluno a execução do certificado de habilitações? Claro que não o é. Contudo, considero que seja de sua competência verificá-lo quando o recebe e assina a sua autenticidade, nos serviços académicos e administrativos, aquando da sua recepção. Assim, considero importante e investigável as situações questionáveis que nos causam nesta notícia. Como por exemplo: Se o Primeiro ministro, na RTP, confirmou que a data do segundo certificado é a correcta, por que terá entregue o primeiro certificado na Câmara Municipal da Covilhã com data diferente?; Terão havido benefícios particulares aquando da entrega do primeiro certificado?; Por que nos devemos desleixar nesta questão ética se o próprio Parlamento avalia os deputados para exercerem as competências parlamentares sempre que são concluídas as eleições legislativas? Concluindo, aceito e concordo que se investigue um cidadão (tenha a situação e responsibilidade cívica que tiver) para que acreditemos que vivemos num país de igualdades, respeitos mútuos e de credibilidades políticas.

sábado, abril 14, 2007  
Anonymous Anónimo said...

Isto vem demonstrar que uma versão construida com bases pouco sólidas dá nisto. Tapa de um lado destapa-se de outro, dando azo a naturais dúvidas e especulações porque cada cavadela cada minhoca. É evidente que estas trapalhadas e tratamento de favor que teve, não teriam tanta importância se fossem solicitadas e obtidas pelo Zé da esquina. Mas foi um deputado da nação e hoje PM a quem se requer e exige condutas acima de qualquer suspeita e que não solicite e aceite tratamento privilegiado e de favor.

sábado, abril 14, 2007  
Anonymous Anónimo said...

Os dois certificados são forjados: o 1º, dito como emitido em 26.08.96 e dando-o como licenciado em 8 de Agosto , é-o em papel que não existia ainda em 1996 (v. nºs de telefone). Logo, é falso.E se foi preciso fazê-lo deste modo, é porque não corresponde a nenhuma realidade factual. No caso, exames e subsequente licenciatura. Se asiim é, esta nunca existiu. Mas como a falsidade é evidente e notória (grosseira), o Sócrates, que não é estúdido, notou-a (ou alguém a notou e chamou-lhe a atenção). Por isso pediu outro certificado para disfarçar. Surge então um certificado emitido em 17.6.2003, dando-o como licenciado em 8 de Setembro de 1996. Aqui já não há problema com o suporte de papel, visto que dizendo atestar um facto ocorrido em 1996, diz-se emitido em 2003. Documento também falso, pois pretende falsificar um documento já de si é falsificado. É esse que Sócrates leva para a TV. Só que não sabe que iam decobrir o outro. Que nós não sabemos em que data deu entrada na Câmara da Covilhã! A imprensa apresenta-lho. Ele o que há-de fazer? Só pode fazer o que fez. Diz que se enganou! Mas como é que pode enganar-nos a nós?

sábado, abril 14, 2007  
Anonymous Anónimo said...

O "capitão" Rangel tem a memória curta e a ética estende-se a isso.
Lembranças de quando trabalhava para o MPLA?

segunda-feira, abril 16, 2007  

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