Curiosidades.
"A mulher de António Costa, presidente da câmara de Lisboa e número dois do PS foi uma das cem mil vozes que se juntaram no passado sábado na Marcha da Indignação dos professores (mais aqui). "
- Underground de reflexões sobre tudo e nada -
10 Comments:
É uma situação perfeitamente normal em democracia que a esposa de uma figura pública ligada ao governo se manifeste contra o que considera serem as "injustiças" ditadas por uma equipa ministerial que, se sabe alguma coisa de educação (e até aceito que saibam) no que respeita a política têm demonstrado serem uns autênticos zeros, muito próximos da catástrofe.
Neste momento a opinião das pessoas já não se vira apenas contra a Senhora Ministra, vai já directamente para o Sr. Presidente do Conselho, de ministros, diga-se, pois ele é na verdade o rosto de todas as politicas aplicadas em Portugal.
A Educação é um péssimo sinal da qualidade (que se diz exigir) feita à medida de papéis e mais papéis, reuniões atrás de reuniões, formas e fórmulas mágicas de não retenção dos alunos através da criação simultânea de anátemas aos docentes. A avaliação destes no que respeita à introdução dos níveis de sucesso obtidos, é reveladora de uma certa vontade...
Creio que, apesar de o não parecer, fundamentalmente o que está em causa é a criação de uma espécie de "labirinto" à classe docente, privando-a de pensar e fazendo com que esta passe apenas a ser mais um conjunto de serviçais ao dispor de sua excelência, para que apliquem sem qualquer hipótese de contestação, as medidas que nos projectem a níveis europeus do saber e da qualidade do ensino através das estatísticas.
Já agora que falei em qualidade, alguém poderá tomar a sério que nas "Novas Oportunidades" com as quais eu concordo em absoluto nos seus princípios e objectivos, indivíduos com a antiga quarta classe obtenham o diploma do 9.º ano em cerca de seis meses, mesmo que a sua experiência de vida seja uma coisa extraordinária? Reflictamos sobre a educação/escola de hoje e não sobre os professores que, para além de serem a sua trave mestra são em muitos casos os técnicos mais conhecedores da sua realidade.
Mas acrescentarei ainda o seguinte: a introdução no sistema educativo de responsabilidades acrescidas a novos actores poderia trazer benefícios, se tais actores, conscientes da importância do seu papel enquanto parceiros, participassem na construção de uma escola aberta e democrática. Porém, a intencionalidade de quem lhes atribuiu tais responsabilidades alargadas não parece ter sido o que anteriormente referi, mas sim um controlo da escola pública com "novos poderes" ao serviço dos seus criadores e onde o papel do professor passou em muitos casos a uma espécie de "rato acossado e vigiado" como se de alguma marginalidade ou enfermidade padecesse.
Finalmente, porque razão virá a fotografia da esposa do António Costa no meio de cerca de cem mil pessoas que protestavam contra a forma e conteúdo da reforma educativa em curso? Já pensaram no número de militantes socialistas que também ali se encontravam no mesmo protesto? O PS autista que comece a pensar nisto antes que possa ser demasiado tarde.
Em boa hora a fotografaram, porque a sua presença na manifestação dos professores é sinal inequívoco de como andam as hostes do partido que governa.
Vão estando calados, porque no poder, mas não podem deixar de se manifestar contra o que sentem ser uma injustiça e uma autêntica aberração da ministra.
Não é de adimirar porque por trás de cada militante está o ser humano, o trabalhador, o professor.
Para todos aqueles que aqui apregoavam, im pouco á toa, que se tratava duma manifestação organizada e patrocinada pelso comunistas e pela oposição, melhor fariam meter a vola ao saco, desandar e ir embora calando-se.
A indignação para além de ser grande, é mais que justificada e a ministra, por muito que Sócrates fale e diga que a apoia e mantém na cadeira do Ministério, acabará por cair.
Quanto mais cedo melhor será para quem aspira vencer as próximas eleições. Vejam o que aconteceu em França e ao partido de Sarkozy. Uma verdadeira derrocada dez meses depois de vencer, por larga margem, as eleições presidenciais.
Tempos houve em que um dito 1º ministro (tb do PS), com a sua paixão pela educação, aumentou os últimos escalões dos professores em mais de 250 euros cada escalão! Foi a era dos bombons e rebuçados para a classe dos profs. Isso pelos vistos tende em acabar, mas JÀ TARDA. Eles estão é mal habituados com todas as regalias e mordomias que lhes foram oferecidas durante bastante tempo. Para isso, são considerados uma classe muito bem paga. Por isso qualquer licençiado recém formado enveredava pela via de ensino. Talvez reçebam de mais pela miséria de serviço que prestam à sociedade. ÁH e quem me dera a mim trabalhar 23 horas semanais; mais um bombom que tende em acabar;bem como as reformas de 3500 euros.
Qual é o problema da esposa do Costa estar na Manif? Chama-se liberdade e expresão livre de quem não se conforme com opressão e intolerência... Aliás, acabou o tempo rosa do governo, pois reparem na quantidade de pessoas que contesta a sua actuação:
1)Magistrado públicos (devido ao denegrir da sua classe);
2) Marcelo Rebelo de Sousa (começou a mudar de ideias quanto às práticas pouco ortodoxas deste governo)
3)Bastonário da ordem dos advogados (questiona o porquê de não haver uma política de combate à corrupção... em vez de marriquices com os profs)
4) António Vitorino de Almeida (acha que o processo podia ter sido conduzido de outra maneira e propõe a experimentação)
5)Manuel Alegre (questiona a ida da polícia às escolas... será que queriam intimidar? Não resultou pois acho que ainda foi mais gente 100000).
Afinal, não são só os professores que não têm medo, AINDA HÁ GENTE COM CORAGEM PARA EXPRESSAR A LIBERDADE DE OPINIÃO NESTE PAÍS...
Parece até demagogico e bastante evidente que os destroços na FENPROF desta manifestação, são para ela pouco moralizadores , porque o que se nota é que os professores tentam a todo o custo fugir à colagem da Central Comunista e distanciar a marcha, do PCP , irão ainda a tempo ?
È que os professores , a exemplo desta dignissima professora não precisam desta colagem para negociarem e debaterem os seus reais problemas , apoiados num partido que se tem identificado por lutar sem consequencia, como tal , o resultado é sempre contrario à classe que "simula" defender ( defendem claramente mais o seu suporte ideologico e o tipo de sociedade que propoem e ninguem quer ), o resultado é normalmente nefasto e resulta em perca de regalias.
A Dra fez bem em estar presente e decerto que não perfilha um ataque à ministra via tribunais e concorda com manifestações á porta do PS , no final da reunião da CGTP.
O espirito de tentar negociar com a Ministra é prova de uma democracia consolidada e o direito à manifestação é um direito inalianavel dos trabalhadores e população em geral, ainda bem que esta Dra se manifestou.
È por isso que eu acho que o PCP fez bem quando se manifestou pelas ruas de Lisboa , até saudo essa atitude , mas condeno veementemente a colagem de um Sindicato/Federação/Fenprof/PCP aos professores e uma noticia destas parace que quer salvar a imagem de confronto que construiram e tanto prejudica os professores e a resolução dos seus problemas.
Bem me parece que há muita gente por aí que gosta de falar, mesmo sem saber do que se trata. Antes de mais, gostaria de esclarecer que o horário laboral de um professor é, como de todo funcionário público, de 35 horas. Deste horário, 22 horas são consideradas lectivas, durante as quais são dadas aulas; há ainda mais 4 horas para trabalho efectivo na escola, na maior parte dos professores, com alunos. A estas horas, acrescem as horas de reuniões, na maior parte dos professores é de 2 horas por semana. Logo, das 35 horas sobram apenas 7 horas para o chamado trabalho individual (outras reuniões para além das já referidas, preparação e planificação de aulas, análise das aprendizagens dos alunos e reformulação das planificaçãos, elaboração de fichas diagnósticas, sumativas e formaticas e correcção das mesmas; preparação de material para as aulas (apresentações multimédia, webquests, fichas de actividades, e outras); e outras... bem se alguém acha que tudo isto pode ser feito em 9 horas, tendo em conta as diversidades e dificuldades dos vários alunos, das, pelo menos 6 turmas, que um professor tem, então realmente os professores são uns beneficiados e pouco trabalham.
Os serventuários do Largo do Rato, que usualmente aqui patrulham qualquer comentário desfavorável à política do "Grande Líder", distribuindo ameaças e insultos, andam desnorteados e de cabeça perdida.Desistiram há muito de um mínimo de racionalidade e sensatez.
O barco começa a ir ao fundo e grassa o desespero.
Todos têm direito a dar a sua opinião sobre qualquer assunto, mas para tal devem documentar-se ou saber do que estão a falar, não falar de cor, ou porque ouviram dizer...
Quando 100 000 professores se manifestam é porque alguma coisa está mal, mas o quê?
Muitas coisas, não só o processo de avaliação dos professores. Só para saberem,um professor em início da carreira, neste momento, independente do seu desempenho, pode ter sempre avaliação de EXCELENTE,nunca passará do meio desta, i.é., do 5.º escalão, até pode trabalhar 60 anos. Há cotas... Outro aspecto, que li, mas é por ignorância, falta de informação é o hórário dos professores (os pais reclamam, mas passam com os filhos 1 a 2 horas por dia e não os suportam, não lhes dão educação, atenção, carinho, amor, enfim, terão de se reciclar para saberem educar os filhos),mas além de ter 25h lectivas, mais o A.E.(2H), formação (5h semanais), atendimento a Enc. de Educação (1h), preparação e reflexão de aulas diáriamente, para além das reuniões...
Será que os professores trabalham pouco? Levam trabalho para casa, mesmo ao fim-de-semana.
Teria muito que escrever para responder a todos os comentadores, mas, mais uma vez, tenho de ir trabalhar para os meus alunos.
Realmente os professores são mesmo maus! Realmente trabalham pouquíssimo! Esta imagem negativa que temos actualmente, também é nossa responsabilidade e acho que ninguém foge a isso. Pena é que muitos dos iluminados que sistematicamente se insurgem contra a classe docente e deixam mensagens nestes espaços, declamam barbaridades em horários nobres da televisão e em artigos de opinião, o façam de modo leviano, sem conhecimento da realidade e convictos de meias verdades. A ignorância é tanta que roça o ridículo! Ao menos informem-se antes de expressar a vossa legítima opinião. Esquecem-se que se têm o que têm hoje, o devem à educação e professores que tiveram. Uns excelentes, uns razoáveis e outros menos bons. Aliás como em qualquer profissão que existe. A avaliação nunca estará em causa mas sim o modo como esta está a ser conduzida! Um comentário final para os tais revoltados que gritam e protestam afincadamente contra os "mordomos do ensino", ao menos tenham o cuidado de não dar erros ortográficos! É que a educação começa em casa...
Este meu comentário só tem como objectivo, comentar a notícia acima. A luta travada entre professores e governo, só aos dois componentes diz respeito.
Falando só da questão acima, só porque a srª é esposa de uma individualidade que é o nº2 do partido que é governo, não compreendo porque é que a srª, não deve contestar medidas desse mesmo governo, que ela não aprova.
Todo o ser humano, tem a sua própria personalidade e a sua maneira de pensar.
Não é pelo facto de existir um casamento, que vão andar a reboque um do outro.
Isso seria uma enorme falta de personalidade, para além de uma descaracterização completa.
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