Violência contra professora fica por punir.
"Em Fevereiro, uma professora da Escola Secundária António Sérgio, de Gaia, foi agredida física e verbalmente por estudantes do 7.º ano no espaço de uma semana. Os casos, apesar de prontamente denunciados pela docente ao presidente do conselho executivo, continuam impunes (mais aqui)."
Etiquetas: Portugal em movimento.
2 Comments:
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Governo após governo tenta resolver o problema do insucesso escolar em Portugal e parece que as únicas consequências ao fim de tantos anos de democracia é uma vulgarização do papel do professor e um aumento significativo da violência. Procuram-se implementar reformas, modelos mais funcionais, mas todos sabemos que fica tudo na teoria e na prática a situação no terreno vai-se agravando. Parece até que o problema do ensino em Portugal é uma espécie de quadratura do círculo.
A questão que eu aqui gostaria de deixar é a seguinte: porque é que se tenta inventar, quando em Portugal já existe desde há muitos anos um sistema de ensino que funciona bem, onde professores e alunos se respeitam e estes últimos obtêm bom aproveitamento? Estou a falar obviamente do ensino particular. Se este tipo de ensino tem tão bons resultados, porque não se implementa nas escolas públicas o mesmo modelo das escolas particulares? Será por lobby destas instituições privadas? Sinto-me totalmente à vontade para opinar sobre este assunto, pois durante a minha infância frequentei até ao final do 6º ano um Colégio da região de Lisboa, seguindo-se uma escola oficial até ao final do 12º ano.
Vejamos então as diferenças:
- Qualidade dos alunos: é falso dizer que os alunos do particular têm pais mais esclarecidos que os ajudam em casa. Obviamente que famílias mais humildes não têm condições para oferecer aos filhos um colégio ou mesmo um explicador, mas também há muito filho de papá rico em escolas oficiais. Por outro lado, nos colégios proliferam filhos de pais divorciados, filhos de pais ausentes (empresários, pilotos e hospedeiras, diplomatas) ou de pais super ocupados (médicos, juízes, etc), que como tal despacham literalmente os filhos para os colégios e assim se demitem das suas funções de educadores.
- Qualidade dos professores: é igualmente totalmente falsa a ideia de que os professores dos colégios são melhores que os das escolas do estado. Os melhores professores com quem tive o prazer de ter aulas (e são vários) foram todos sem excepção durante o período que frequentei a escola oficial. O problema é que os piores também! É frequente os professores dos colégios acumularem a actividade lectiva com uma escola do estado: são mais bem pagos no estado, a progressão na carreira é mais rápida e não correm o risco de ficar desempregados se o colégio fechar. Em consequência disso falta-lhes muitas vezes tempo para acompanhar os alunos devidamente, pensam mais no dinheiro do que na educação dos miúdos, ao contrário do que acontece com os melhores professores exclusivamente do ensino público. A diferença substancial está ao nível dos piores professores. Pessoas sem vocação para ensinar, professores com currículos medíocres ou com problemas pessoais não têm lugar em escolas privadas. Infelizmente proliferam nas públicas, ajudando a denegrir a imagem dos bons professores que lá existem.
- Disciplina: esta é no meu entender a grande diferença entre o ensino público e o privado. No público se um aluno perturbar a aula, o pior que lhe pode acontecer é ser posto na rua. Ora, isso é exactamente o que muitos deles querem: enervar o professor, e sair da aula mais cedo para poder ir para o café ou jogar à bola. Como bónus recebem ainda a admiração e respeito dos colegas por ousarem desafiar os professores. Num colégio não é bem assim: existe um funcionário na escola (em geral um psicólogo de formação), apelidado de chefe da disciplina, cuja única função é gerir e ministrar os castigos apropriados para cada tipo de infracção. Num colégio, um aluno ser posto fora da aula torna-se um pesadelo para ele: o castigo pode variar entre um simples raspanete, passar por umas reguadas, ou culminar em algo de mais grave. Lembro-me que no meu colégio o castigo supremo (para reincidentes) era passarem o fim-de-semana na escola. Em vez de ficarem em casa a ver televisão ou a brincar, os alunos eram obrigados a apresentarem-se no colégio ao Sábado e Domingo para ficarem fechados numa sala de aula com um vigilante e eram obrigados a estudar! Regra geral, passar um único Sábado no colégio era suficiente para que o aluno mostrasse uma melhor conduta na sala de aula a partir daí.
- Regras: para ser chamado ao chefe de disciplina, não era preciso ser posto na rua pelo professor por estar a perturbar uma aula. Há um conjunto de regras pré-establecidas, que a serem infringidas levavam imediatamente a uma penalização. Faltas de material, não trazer os trabalhos de casa feitos ou levar o telemóvel ligado para as aulas são só alguns exemplos. Também nos recreios os alunos têm de cumprir as regras. Agredir ou roubar um colega pode ter como consequência perder um Sábado a estudar no colégio.
- Acompanhamento: outra grande diferença entre o oficial e o particular reside na ocupação dos tempos livres. No ensino público tinha aulas na parte da manhã ou da tarde, sendo o restante tempo ocupado como quisesse. No meu caso ia para casa e tinha actividades desportivas, mas havia muitos colegas meus que ocupavam o tempo livre na "vadiagem". No colégio entrava sempre às 8h e saia às 18h. Ia uma carrinha buscar-me a casa e outra deixar-me lá. As aulas acabavam sempre às 16h30 e até às 18h o tempo era ocupado numa sala de estudo, onde um vigilante nos obrigava a fazer os trabalhos de casa desse dia.
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Independentemente da repulsa sentida por estas imagens,pouco se falou no que a docente sentiu perante elas e nos energúmenos da turma, excepção feita à aluna,já bem caracterizada pela comunicação social , comentaristas e por todos os outros que tiveram acesso às imagens.
O filme feito com o telemóvel dum aluno acabou por ser um documento importante para se voltar a ter conhecimento das monstruosidades que o nosso sistema educativo tem dado origem.
O vocabulário utilizado pelo energúmeno aluno que cito de cor:"A velha vai cair.Altamente..."é própria duma geração que Vicente Jorge Silva denominou por "geração rasca".
O vocábulo "velha" tem o sentido conotativo,isto é,pejorativo,desprezível,inútil... o que revela a insensatez do energúmeno, quer relativamente aos idosos em geral quer à sua própria professora, no contexto de sala de aula.
Depois o tratamento que é ouvido em relação a uma colega que se encontra à sua frente a prejudicar as filmagens.
Todo este conjunto visual e auditivo é revelador da maior repugnância e não nos admira o nojo sentido pela professora perante aquela "horda de hunos ou bárbaros" a quem ingloriamente tentava ensinar a lingua de Molière ou de Emile Zola.
Não se pretende generalizar esta impressão,porque há alunos correctos,mas alguns da turma são o modelo acabado daqueles que fazem parte da "geração rasca".
A politica educativa deste regime de 34 anos criou estes modelos em abundância.A ABRILADA foi esperança,porque o antigo regime também os criou,nomeadamente os silenciosos perante as tremendas injustiças sociais.Puniu-se por isso,afastando do poder os responsáveis.Acreditou-se naqueles que tiveram a coragem de os afastar.
O que criram então? Apenas novos monstros,isto é,trogloditas, com telemóvel,MP3,computadores...totalmente insensiveis.
Falhou o regime.
MUDE-SE O REGIME!!!!!!!!!
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