NÃO OS CALARÃO! E É PENA
"Na segunda-feira, em Guimarães, uma docente colou fita adesiva em três alunos a fim de lhes moderar os ímpetos vocais. A estratégia, que merecia uma comenda pela eficácia e baixo custo, foi em vez disso interpretada como uma brutal agressão às criancinhas, com direito a pais em alvoroço, queixa-crime no Ministério Público, exposição ao PGR e, juro que ouvi na rádio, acusações de "sevícias" a menores. Por esta hora, é provável que uma junta de psicólogos já preste "apoio" aos três petizes, e que algumas almas delicadas aspirem a devotar os próximos dias 31 de Março, data da fita adesiva, ao sofrimento infantil na Terra.
Suspeito que muitas dessas almas sejam as que acharam exageradas as reacções ao célebre vídeo do telemóvel. Segundo certa corrente de pensamento, ou de ausência dele, uma adolescente que ataca a professora é um caso pontual ou o reflexo (inocente) de uma sociedade violenta. No limite, é um exemplo louvável.
Para a parte do país que leva a sério o dr. Daniel Sampaio, a indomável menina do Michäelis simboliza um tempo novo, um tempo que em boa hora trocou as medonhas funções da "velha" escola por um discurso carregado de "valências" e "afectos", um tempo que aboliu a vil disciplina em nome da "igualdade", um tempo dedicado a "compreender" as crianças e os seus "anseios".
De facto. Há as que anseiam por brincar com telemóveis e as que, de acordo com dados públicos, traduzem os "afectos" em armamento variado. Todas, sem excepção, devem ser compreendidas. Primeiro, porque as doçuras da contemporaneidade assim o exigem. Depois, porque o tabefe ou a faca são argumentos superiores à fita adesiva, esse adereço reminiscente de uma época selvática e felizmente em extinção."
Suspeito que muitas dessas almas sejam as que acharam exageradas as reacções ao célebre vídeo do telemóvel. Segundo certa corrente de pensamento, ou de ausência dele, uma adolescente que ataca a professora é um caso pontual ou o reflexo (inocente) de uma sociedade violenta. No limite, é um exemplo louvável.
Para a parte do país que leva a sério o dr. Daniel Sampaio, a indomável menina do Michäelis simboliza um tempo novo, um tempo que em boa hora trocou as medonhas funções da "velha" escola por um discurso carregado de "valências" e "afectos", um tempo que aboliu a vil disciplina em nome da "igualdade", um tempo dedicado a "compreender" as crianças e os seus "anseios".
De facto. Há as que anseiam por brincar com telemóveis e as que, de acordo com dados públicos, traduzem os "afectos" em armamento variado. Todas, sem excepção, devem ser compreendidas. Primeiro, porque as doçuras da contemporaneidade assim o exigem. Depois, porque o tabefe ou a faca são argumentos superiores à fita adesiva, esse adereço reminiscente de uma época selvática e felizmente em extinção."
Alberto Gonçalves
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