quarta-feira, junho 04, 2008

Ponte de Alcantara


A Ponte Romana de Alcántara, em Alcántara (Cáceres), é uma ponte construída a mando do Imperador Trajano, executada pelo arquitecto Caio Julio Lacer. Sustenta-se sobre 6 arcos, tendo 194 metros de comprimento, 61 metros de altura e 8 metros de largura. Fica sobre o rio Tejo. Foi construída em cerca do ano 106.

Consta de 6 arcos assimétricos, que ficam sobre cinco pilares com alturas distintas sobre o terreno. Existe um templete comemorativo com um arco de triunfo superior no centro da ponte com altura de 10 metros, denominado de Trajano. Aos pés da ponte existe um pequeno templo romano dedicado ao construtor, chamado de Lácer e cristianizado na Idade Média com o nome de São Julião. Então foi colocada uma espada e uma cruz apoiada sobre quatro caveiras de granito. Nele está enterrado o arquitecto dessa obra, Caio Júlio Lacer

Na ponte há um tabuleiro de mármore com inscrição do ano de 105 a 106 de J. C. dedicada a Trajano,

"Imp. Caesari. Divi. Nervae. F.Nervae Traiano. Aug. Ger. Dacio. Pontif. Max. TRIB. POTEST ; VIII Imp. V.Cos V. P.P.".

e mais outras duas onde aparecem os nomes dos municípios da Lusitânia que contribuíram para a obra, Igaeditani, Lancienses, Oppidani, Talori, Interannienses, etc., o que demonstra que a ponte não foi obra do estado, mas sim comunal.

Na sua entrada meridional existe outra inscrição, que consta que seu engenheiro foi Caio Júlio Lácer. A ponte de Alcântara foi construída graças aos impostos de sete vilas lusitanas e pretendia unir a calçada de Norba (Cáceres) a Conímbriga (Condeixa-a-Velha) como estação da Via da Prata. O nome provém da época da invasão muçulmana na Idade Média, já que "al-Qantarat" ( القنطرة) significa "A ponte" em árabe.

Por conta de estar situado em região fronteiriça, por diversas vezes foi atacado e logo reconstruído. A primeira vez foi em 1213, parcialmente destruído pelos muçulmanos. Em 1475, nas lutas de Castela e Portugal, quando pensavam destruí-la para evitar que Afonso V a cruzasse, foi salva pela galhardia do rei português que mandou dizer a seu inimigo, o duque de Villahermosa, que ele daria a volta, pois "não queria o reino de Castela com aquele edifício a menos".

Mais tarde foi reformado por Carlos I em 1543 desfigurando o perfil do arco central e coroando-o de ameias e refazendo o primeiro arco do poente que foi destruído em 1213 quando sitiou a vila Afonso IX para tomá-la aos árabes. Como memória desta fase, foi registrado na ponte:

"Carlos V Emperador, Cesar Augusto y Rey de las Españas, mandó reparar este puente que deteriorado por las guerras y su antigüedad amenazaba ruina, el año del señor 1543, en el 24 de su imperio y 26 de su reinado".

Em Setembro de 1969, para construir a represa de Alcântara que se situa a 600 metros água acima da ponte e com capacidade de 3.300 milhões de m³ de água, foram fechados os túneis que desviavam a água do Tejo durante a construção e o leito do rio vários quilómetros. O leito do rio ficou seco e a ponte romana ficou pela primeira vez na sua história sem rio.

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