sábado, outubro 04, 2008

Bancos Centrais obrigados a injectar até quando?

As taxas de crédito interbancário atingiram ontem novos recordes, levando os bancos centrais a anunciar mais injecções de dinheiro nos mercados monetários, a par de facilidades de acesso ao crédito pelas instituições bancárias.
Segundo a Associação Britânica de Banqueiros, a taxa crédito interbancário Libor a 3 meses atingiu um máximo histórico em euros (5,33%).
Em dólares, subiu para o valor mais alto desde Janeiro deste ano.
A agência Bloomberg noticiou que o spread Libor-OIS - medida de escassez de crédito entre instituições bancárias - também registou um valor recorde.
As taxas entre bancos, em Hong Kong e no Japão, subiram para o máximo de há 9 meses.
Para evitar a secagem dos mercados, alguns dos principais bancos centrais anunciaram novas injecções de liquidez.
O BCE/ Banco Central Europeu anunciou o leilão de USD 50 mil milhões/bilhões (mm/bi) no sistema bancário da Zona Euro, alargando também o conjunto de instituições participantes.
Na Inglaterra, o banco central vai flexibilizar os critérios de aceitação de garantias para crédito a três meses, numa tentativa de facilitar aos bancos o acesso a empréstimos. Ofereceu ainda USD 30 mm/bi em fundos a uma semana e USD 10 mm/bi em empréstimos “overnight”.
Mervyn King, governador do Bank of England, afirmou: “Nestas condições de mercado extraordinárias, o Banco de Inglaterra vai tomar todas as medidas necessárias para garantir que o sistema bancário tenha suficiente acesso a liquidez.” Na 13ª intervenção consecutiva em dias úteis, o Banco do Japão comunicou que vai aplicar USD 7,6 mm/bi no sistema bancário do país, enquanto o Banco da Austrália disponibilizou USD 1,2 mm/bi. Greg Gibbs, director de estratégia para os mercados monetários do banco ABN Amro, em Sidney, considerou que “os problemas do sector financeiro estão a avolumar-se como uma bola-de-neve e a ganhar um ímpeto que será difícil deter“. Joshua Williamson, da TDSecurities, disse que o mercado interbancário está “emperrado” pois os bancos continuam a acumular liquidez e não emprestam dinheiro entre si.
“As pressões sobre o financiamento deverão continuar elevadas. A manter-se esta situação, aumenta a probabilidade de os bancos repassarem os custos aos clientes”, disse.
O Congresso dos Estados Unidos aprovou ontem por 263 votos a favor e 171 votos contra, a versão reformulada do plano de saneamento do sistema financeiro, avaliado em 700 mil milhões de dólares, conhecido como Plano Paulson.
Ontem, após a aprovação, o presidente dos EUA disse que os norte-americanos não devem esperar resultados imediatos. Bush já promulgou a nova legislação.
O autor do projecto legislativo inicial e secretário das Finanças, Henry Paulson, prometeu que irá tentar pô-lo em práctica o mais rapidamente possível. MRA Dep. Data Mining
Parece que só há um meio de aprenderem.
O problema do plano Paulson foi não ter ao mesmo tempo actuado com a justiça, prendendo os indivíduos responsáveis pela crise, mas assim como apareceria por exemplo o plano Paulson?
Ou como seria ele aprovado?
Ou como iria funcionar Wall Street?
Ou como iriam funcionar so bacos em todo o mundo?
Ou os governos que apoiaram os consensos e deixaram actuar a seu belprazer as organizações supranacionais que cumpriam as regras do Consenso de Washington.
Basta perceber o que estes criminosos fizeram na Nova Zelândia, no México e na Suécia (anos 90), por exemplo para saber da raíz dos problemas o resto veio por arrasto.
Cavaco ainda tem lata para falar? O aluno da dama de ferro?

10 Comments:

Anonymous Anónimo said...

O sistema da economia de mercado encerra a participação da sabedoria de todos os povos que exigem por sua vez, viver sob os conceitos de plena liberdade. A natureza humana porém, não é livre da isenção do erro, do engano e em conjunto da necessidade de evoluir constantemente. É exactamente da prática obrigatória da evolução que nasce o erro, a ganância e a desorganização que o mercado rejeita nas bases do equilíbrio da sua sustentação e representação de todos os interesses. O mercado bolsou as imperfeições e os exageros consentidos e factura agora entretido o preço da sua inércia.

domingo, outubro 05, 2008  
Anonymous Anónimo said...

Capitalismo, socialismo, Liberalismo todas estas opções podem existir. Mas...com regras ! Os analistas, esses papagaios engravatados, ficavam babados a ouvir as lenga-lengas do grande oráculo GreenSpan que adormeceu sem supervisionar o que devia. E aqui está "a festa" à moda de Wall St. ! Foi a tal auditoria da hipocrisia !

domingo, outubro 05, 2008  
Anonymous Anónimo said...

Sucesso dos empresários «não depende do encosto ao Estado», diz Cavaco Silva ! Mas ..... prós bancos .... esta sempre lá a maozinha ..... com um dedinho bem apontadinho......

domingo, outubro 05, 2008  
Anonymous Anónimo said...

Uma comparação que me custa a entender.A naõ ser porque ambos so causadores aproveitaram ao benefício da liberdade, em que se vive no Ocidente, para cometer crimes hediondos ,que afectaram os EUA e inevitávelmente o Mundo.Os primeiros, a partir de uma ideologia assassina.Estes, a partir de uma filosofia de ganhar o mais possível ,enganando tantos quanto possível.Tambem discordo dessa visão sensacionalista do "bail-out".Comprar títulos de valor discutivel,não significa perder o dinheiro todo.É o que fazemos diáriamente perante os nossso bancos "sérios",com os resultados ruinosos conhecidos..

domingo, outubro 05, 2008  
Anonymous Anónimo said...

Se a ganância não te feriu, foi porque a desconheceste!Esta frase pertence a Lawrence Peter, autor do célebre "Princípio de Peter" e julgo que se aplica que nem uma luva nestas "escaladas" que certos errados senhores da Guerra nos meteram.E agora, como diz Peter, atingiram o Síndrome de Colocação Final, o que pressupõe que são todos eles "fantoches processionários".Nunca na História da Humanidade tão poucos zombaram, enganaram, humilharam e fizeram chacota á grande e á francesa de Billiões de pessoas que apenas quer ser feliz, estar com a família, ter uma casita, um carrito, um emprego estável e se fôr o caso, poder praticar esta ou aquela religião.Uma vergonha.Agora, seus asseclas, metam lá o vosso anti-cristo a governar este mundo. (Se Deus é por nós, quem pode ser contra nós).Grande abraço aos cristão, aos muçulmanos, aos judeus e a todos os homens de boa vontade.A estes, bem hajam.

domingo, outubro 05, 2008  
Anonymous Anónimo said...

Deixem o mercado funcionar. Se falir , faliu. Estas ajudas só servem quem levou estas empresas à falência. Estes gestores têm que ser punidos pelo mercado. NÃO CONCORDO COM AS AJUDAS DO ESTADO PORQUE QUANDO É PARA PAGAR IMPOSTOS SOBRE OS LUCROS VÊM COM A CONVERSA DO MERCADO E AGORA COMO LEVARAM À FALÊNCIA AS EMPRESASA QUEREM QUE O ESTADO AJUDE DEPOIS DE FUGIREM AO PAGAMENTO DOS IMPOSTOS. QUE FECHEM TODAS.

domingo, outubro 05, 2008  
Anonymous Anónimo said...

O "barbas" dizia que o poder politico não era mais do que uma extensão do poder financeiro e económico. Pelos vistos os EUA apressaram-se a confirmá-lo ao não supervisionarem e controlarem a finança. Teologia de mercado só para os crentes. Afinal é sempre o Homem que está no ccentro de tudo. Com todos os seus defeitos e virtudes...

domingo, outubro 05, 2008  
Anonymous Anónimo said...

Num meio infectante, estaremos nós imunes? Hum!... é de desconfiar! ...Eles, tentam resolver parte da crise à sua maneira... nós (os portugueses) estamos a "aguentar" bem a crise (versão política); no entanto não tardará aos "génios" lusos (politicamente falando) andarem com " o credo na boca e com as calças nas mãos"!!! Sem saber como dourar a "krísis". É que os oásis até dos desertos já desapareceram ... e há muito... Só que a "myopía" eleitoralista usa óculos laterais... diferentes dos usados pelos comuns dos cidadãos e é por isso que por vezes o rei vai nú! Ai POVO de incomensurável sabedoria que tanta PORRADA levas... Não terá chegado a hora de "fremir"?

domingo, outubro 05, 2008  
Anonymous Anónimo said...

Não vejo porque tanta polemica, deixem o mercado funcionar... Os banqueiros levaram os bancos à falencia? Não há problema o contribuinte empresta um dinheirito. Mas claro que terá de ser a uns 30% ao ano e com garantias reais dadas. 'Não é assim que a banca funciona? Então toca a inverter os papeis e deixar o mercado funcionar...

domingo, outubro 05, 2008  
Anonymous Anónimo said...

Eu gosto destes comentarios neo liberais. Custa-me no entanto entender como é que as mesmas pessoas reclamam que as suas prestacoes da casa estao em niveis record, que as taxas de juro estao altissimas, que o preco das casas nao para de baixar, que as suas carteiras de accoes nao param de baixar, que os seus fundos de pensoes estao em perigo, etc... etc. Cuidado com o que pedem...

domingo, outubro 05, 2008  

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