A pequena decisão e as soluções globais pragmáticas, soam a fracasso
O FMI ao que parece ainda quer influenciar os mercados locais com soluções globais.
A insistência cheira a esturro e a má consciência.
Defenderam sempre o Consenso de Washington, a auto regulação dos mercados, o laissez faire, os mercados livres.
Em pouco tempo mudaram de opinião e nos últimos dias voltam a insistir naquilo que levou ao desastre de grande parte da humanidade, é claro que não de toda, os grande banqueiros…
Há anos a crise asiática, mostrou que as organizações transnacionais apenas defendiam um mercado global, como um projecto e qu os problemas da Ásia na altura apenas existiam nas instituições financeiras, esquecendo a economia real.
A depressão asiática dos anos 90 deveria servir de exemplo para perceber e ajudar a resolver o que está por resolver.
Esta actual crise demonstra que o modelo anglo-americano é um modelo inviável. Exagerando na linguagem é uma espécie de racismo e deve-se à ignorância histórica.
Não há um único tipo de capitalismo, há vários tipos de capitalismo, porque as sociedades não são iguais, os credos são diferentes, as relações sociais e o papel das famílias e das comunidades são diferentes, nos Estados Unidos, na China, no Japão, na Alemanha, mesmo a de hoje, no Brasil, na Rússia…
O que mantém os americanos e já agora os ingleses, e os que os seguem, resistentes a estes factos, são a crença que a normalidade aparecerá depois da metamorfose.
Tal não aconteceu depois da crise asiática e tal não acontecerá agora.
A crise bolsista americana deixa empobrecidos grandes sectores da classe média americana. O impacte nos que já são pobres é ainda pior. Assiste-se a quadros descritos por John Steinbeck.
A política neoconservadora não é a habitual, habitual é a política proteccionista.
Há grupos de americanos que se questionam cada vez mais acerca dos planos de salvação do sistema ou da crise sistémica, onde cabem eles, os cidadãos com problemas, afinal aqui, mais uma vez os dois partidos e os dois candidatos, ao discutirem a crise esquecem, a sociedade e as realidades e dificuldades nos vários estados da União.
Os políticos estão demasiado atados ao poder que lhes paga e os chantageia depois quando estão no poder. Daí o baixo nível da discussão dos debates.
“ Um mercado livre global é um projecto destinado a falhar. Nisto, como em muitas outras coisas, assemelha-se a outra experiência utópica de engenharia social do século XX, o socialismo marxista. Ambos partilham o convencimento de que o progresso humano deve incluir uma civilização única entre os seus objectivos. Ambos negam que uma economia moderna pode surgir sob muitas variantes. Ambos estão preparados para cobrar à humanidade um elevado preço em sofrimento a fim de impor a sua visão singular do mundo. Ambos encalharam no confronto com necessidades humanas vitais.
Se fizermos da história o nosso guia, devemos esperar que o mercado livre global em breve pertença a um passado irrecuperável.. Como outras utopias do século XX, o laissez-faire global será engolido pela memória da história – juntamente com as suas vítimas.”
John Gray in “False Down”
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