segunda-feira, novembro 24, 2008

Senhores doutores

"Vamos a factos. O sítio apresenta os piores resultados da Europa no Ensino Básico e no Secundário. É evidente que a culpa pode ser do gato, do cão, do piriquito, dos Governos, dos ministros, da democracia.

É evidente que a culpa nunca pode ser dos professores, muitas vezes licenciados em universidades da treta, com cursos da treta, com diplomas da treta, que arranjaram emprego na escola pública. É evidente que a culpa nunca pode ser dos professores que sem saber ler, escrever e fazer contas arranjaram um modo de vida no ensino do Estado. É evidente também que os pais que colocam os filhos no ensino público, por falta de dinheiro ou de vagas nas boas escolas privadas, não têm o direito de apontar o dedo aos muitos maus professores que o Estado deixou entrar no ensino público e ainda por cima são obviamente culpados por não terem tempo ou conhecimentos para ensinar as criancinhas em casa.

Por culpa de ministros, Governos e talvez mesmo da democracia acontece que o ensino público chegou à desgraça que todos conhecem. Acontece que por medo, omissão ou demissão de muitos responsáveis políticos, o Ministério da Educação e as escolas ficaram entregues exclusivamente aos professores e seus sindicatos, que fizeram até agora o que queriam e bem entendiam no ensino público. Acontece que em 2005 chegou à 5 de Outubro uma professora universitária, mulher de esquerda com muito mau feitio, que arregaçou as mangas e se dispôs a salvar o ensino público do descalabro.

Contra ventos e marés da esquerda e de alguma direita, obrigou os professores a estar mais tempo nas escolas, obrigou-os a dar aulas de substituição, mudou um escandaloso estatuto da carreira docente cheio de privilégios e mordomias e, desaforo dos desaforos, quer saber quem é quem no sistema de ensino, isto é, quer saber quem são os maus, os medíocres, os bons e os excelentes professores que preparam as gerações futuras deste sítio pobre, infeliz, manhoso, hipócrita, corrupto e cada vez mais mal frequentado.

A reacção não se fez esperar com protestos, vigílias, mentiras, sofismas e as sucessivas tentativas de destruir o que uma senhora professora universitária, uma mulher de esquerda com muito mau feitio quer construir na Educação. Mas a verdade está à vista e só não a vê quem não quer. Podem ser 100, 120 ou 15o mil aos gritos nas ruas de Lisboa. Muitos professores têm medo de ser avaliados e não querem trabalhar. Ponto
."

António Ribeiro Ferreira

3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Caríssimo Sr António Ribeiro Ferreira, apenas gostaria de lhe perguntar se conhece verdadeiramente o ensino (não deve conhecer, pelo que afirma) e se conhece verdadeiramente quais são os interesses desta senhora ministra (também duvido que admita)??

Há efectivamente bons e maus profissionais em todos os sectores, desde o público ao privado.
O que não pode haver é "mentiras" e afirmações descabidas.
Das tais mordomias no professorado, que afirma existirem, contam-se pelos dedos quais os professores que as tiveram. Sem dúvida no superior e mesmo assim, só mesmo alguns.
Sem dúvida que quem as teve (as tais mordomias) tinha padrinho nos Ministérios. Basta verificar quem se reformou com altas reformas e porquê.
Ainda hoje, mesmo com a tal ministra "corajosa", os afilhados continuam a existir, enquanto a maioria... só eles, professores e Deus, sabem as realidades.

Por outro lado, onde estava o Ministério da Educação para permitir, autorizar e profissionalizar professores com cursos de treta?

Quanto a licenciaturas de treta, também pelo que se conhece do percurso académico da sra. ministra, após o 5º ano dos liceus, um magistério primário e uma licenciatura do ISCTE (universidade da do tipo da independente, será?!) a catapultaram para um ministério que exige muito mais "envergadura", conhecimento, ou competência, do que aquilo que tem demonstrado, para além da crónica teimosia e autismo verdadeiramente deprimentes.

Quanto aos sindicatos, todos sabemos a vergonha que todos eles são, tal como os demais cartéis neste país... palavras para quê?!

A VERDADE é apenas uma: OS PROFESSORES NÃO TÊM MEDO DE SEREM AVALIADOS, EMBORA OS POLÍTICOS TENHAM!!

E mais, devo informá-lo que em nenhum outro país da Europa existem avaliações aos professores! Nós em Portugal que cada vez mais divergimos dos europeus, sobretudo em termos salariais e satisfação com o retorno das contribuições a que somos obrigados, temos de carregar com situações que nada têm a ver com ensino, mas apenas com sonhos economicistas, cujo alvo é apenas um: roubar aos pobres para dar aos ricos políticos e demais cambada!
Veja o exemplo do Banco de Portugal, cujos salários são escandalosos, de tão superiores a nível mundial! Veja o exemplo dos variados gestores de empresas públicas e semi privadas de tão encostadas ao público.

Enfim, os tais 100/150/200 mil professores pretendem (a existirem) avaliações condignas e não de má-fé.
Os professores pretendem apenas e só ensinar, dar aulas, e não andarem a carregar com pilhas, toneladas de burocracia que a ninguém favorece, excepto aos burrocratas de serviço.

Caro Senhor, aconselho-o vivamente a falar do que sabe e conhece e quando não sabe, ou não conhece, procure saber!
Fique bem.

P.S. - Não sou professor mas, conheço de perto a situação de muitos!

segunda-feira, novembro 24, 2008  
Anonymous Anónimo said...

Sr António Ribeiro Ferreira

Parece que todos se esqueceram das remodelações de treta efectuadas por essa senhora que permitem que alunos sejam aprovados sem nada saberem, que deixem de reprovar com faltas injustificadas, que considerou o chumbo como algo demoníaco e por isso declarou as aprovações em massa mesmo que nem saibam dizer o próprio nome, tudo em nome das estatísticas. É evidente que manipular as estatísticas só serve para lavar a cara emquanto a podridão da incompetência cresce desmesuradamente. Infelizmente as piores consequências destas medidas só terão efeito daqui a uns 10 / 20 anos. Será uma geração perdida na incompetência e arrogância de quem nada sabe mas exige muito. Virão tempos difíceis e violentos.

segunda-feira, novembro 24, 2008  
Anonymous Anónimo said...

Suíça:
1. Categorias.
Não existe qualquer categoria similar à de professor titular. Apenas existem quadros de escola (Professores do quadro).

2. Aulas Assistidas: Estas aulas só ocorrem durante a formação e para a subida de escalão.

3. Férias. As escolas durante o período de férias estão encerradas.
Total de dias de férias: cerca de 72 (pode haver diferenças de cantão para cantão).

4. Os horários escolares: Idênticos aos da Alemanha. Até ao 4° ano de escolaridade, inclusive, não há aulas de tarde às quartas-feiras, e terminam cerca das 11.30.
5. Máxima de alunos por turma: 22.


Bélgica (sede da União Europeia):
1. Categorias.
Não existe qualquer categoria similar à de professor titular. Apenas existem quadros de escola (Professores do quadro).

2. Aulas Assistidas.
As aulas Assistidas só ocorrem quando são solicitadas pela direcção da escola, mas não contam para efeitos de progressão dos docentes.

3. Avaliação das Escolas.
A avaliação dos professores está englobada na avaliação das escolas. Avalia-se o trabalho da escolas, e desta forma o trabalho dos professores que nelas exercem a sua actividade.


França:
1. Categorias.
Não existe qualquer categoria similar à de professor titular.

2. Aulas assistidas.
As aulas assistidas só ocorrem no mínimo de 4 em 4 anos, a regra é de 6 em 6 anos, e são observadas por um inspector com formação na área do professor. O objectivo destas aulas é essencialmente formativo, tendo em vista ajudar os professores a melhorar as suas práticas lectivas.

3. Progressão na carreira.
Para além da antiguidade, são tidos em conta os resultados da observação das aulas e as acções de formação frequentadas pelos professores.

Alemanha:
1. Categorias.
Não existe qualquer categoria similar à de professor titular. Apenas existem quadros de escola, tal como existia em Portugal.

2. Aulas Assistidas:
Acontecem durante o período de formação e depois de 6 em 6 anos. A aula tem a duração de 45 minutos e é assistida pelo chefe da Direcção escolar. Essa assistência tem como objectivo a subida de escalão. Depois de atingido o topo da carreira, acabaram-se as aulas assistidas e não existe mais nenhuma avaliação.

3. Horários dos Professores.
Não existe diferença entre horas lectivas e não lectivas. Os horários completos variam entre 25 e 28 horas semanais.

4. Avaliação de Alunos.
As reuniões para efeito de avaliação dos alunos têm lugar durante o tempo de funcionamento escolar normal, nunca durante o período de interrupção de actividades ou de férias.

Tanto na Alemanha como na Suíça, França e Luxemburgo, durante os períodos de férias as escolas encontram-se encerradas. Encerradas para todos, alunos, professores e pessoal de Secretaria. Os alunos e os professores têm exactamente o mesmo tempo de férias.
Não existe essa dicotomia idiota entre interrupções lectivas e férias propriamente ditas!

segunda-feira, novembro 24, 2008  

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