segunda-feira, fevereiro 16, 2009

As adesões à CEE com o objectivo de destruir o €

A crise sistémica que ameaça de morte a união europeia, quem acredita em coincidências tire o cavalinho da chuva.
O agravamento das finanças públicas dos países do leste europeu - da Rússia à Ucrânia, passando pelos ex-satélites soviéticos que já aderiram à União Europeia - é uma verdadeira Espada de Dâmocles para a estabilidade do sistema financeiro europeu e, por arrastamento, da economia global.
Em Outubro passado, lançámos o primeiro alerta relativamente às componentes cambiais da crise. Agora, as ameaças atingem praticamente todos os mercados internacionais da dívida onde aqueles países se têm financiado nos últimos anos, conforme relataram esta semana os jornais “Telegraph” (Gra-Bretanha) e “Der Standard” (Áustria)
Na primeira linha das potenciais vítimas está a Áustria que concedeu créditos aos países do antigo bloco soviético no valor de EUR 230 mil milhões/bilhões (mm/bi), cerca de 70% do PIB austríaco. O ministro das Finanças da Áustria, Josef Proll, tem tentado desesperadamente evitar o desastre. Nas últimas semanas desdobrou-se em esforços para a concessão de um programa financeiro de emergência, no montante de EUR 150 mm/bi, aos países da região generosamente financiados por instituições estrangeiras. Até agora, os esforços de Proll saldaram-se por um fiasco.
Stephen Jen, especialista cambial do banco Morgan Stanley, citado pelo “Telegraph”, precisou que a Europa de Leste contratou empréstimos, na sua maioria com maturidades curtas, que ascendem a USD 1,7 mil biliões/trilhões (mibi/tri). Mais de 1/4 dos contratos - EUR 400 mm/bi - vencem-se em 2009, devendo ser liquidados ou refinanciados. A dimensão é assustadora. Os contratos vincendos equivalem a 33% do PIB da região.
O panorama piora um pouco quando o Banco Europeu para a Reconstrução e Desenvolvimento (EBRD, em inglês) estima que o crédito malparado se poderá situar entre os 10%-20%. Os fundamentais da economia mundial encarregam-se do resto.
Nos últimos seis meses, a Rússia malbaratou 36% das reservas que conseguiu acumular quando o petróleo estava acima dos 100 dólares/ barril. Actualmente o petróleo está abaixo dos 40 dólares e o orçamento russo contabilizou-o a 95 dólares. O rublo tem sido a grande vítima e, pelos vistos, a sangria vai continuar.
Na Polónia, cerca de 60% das hipotecas foram contraídas em francos suíços. Desde 2008, a divisa polaca - zloty - perdeu 50% do valor face ao franco. O colapso tem irmãos gémeos um pouco por todo o leste europeu.
Sérvia, Hungria, Estónia, Lituânia, Letónia, Bulgária temem o pior.
A qualidade do humor dos banceiros centrais e comerciais da Europa ocidental está profundamente afectada. A conjugação da sua exposição à ruína financeira norte-americana com a miséria emergente na Europa de Leste poderá atirar muitos bancos ocidentais para a falência e provocar a ruptura do sistema.
Os sinais de fragilidade são abundantes e a memória da bancarrota islandesa está ainda demasiado fresca na memória de todos.
MRA Dep. Data Mining
Pedro Varanda de Castro, Consultor

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