Barack derrotado na América
"Eleição de um Presidente negro, ameaça de falência da General Motors, crise financeira... Esqueçam, a grande revolução americana aconteceu nos notários. Ao fim de 12 anos no cimo da lista dos nomes mais escolhidos para rapariga, Emily foi destronado por Emma e também por Isabella. Já Jacob, entre os rapazes, permanece o nome mais querido pelo décimo ano consecutivo. Aliás, os cinco primeiros continuam na mesma posição, em 2007 e 2008: Jacob, Michael, Ethan, Joshua and Daniel, todos nomes bíblicos.
Aqui chegados, a pergunta inevitável: e Barack? Calma, o homem, embora tendo já ocupado as manchetes durante todo o ano, foi eleito em Novembro e só então passou a argumento de autoridade. Acabou por ser o 2409.º nome mais popular. Pouco? Nem por sombras, porque é essencial ler a tendência: no ano anterior, Barack havia sido o 12535.º nome mais dado a um bebé masculino. O salto de mais de 10 mil lugares num só ano nunca acontecera nos anais americanos. Assim, a leitora que quase se engasgou ("mas nem é nome cristão!") no site da CNN - que publicou, ontem, os dados que venho referindo - que se vá habituando, porque há fortes probabilidades de Barack galgar lugares até a topo.
Todos os anos, a coincidir com o fim-de-semana do Dia da Mãe, a Administração da Segurança Social americana fornece a lista do ano anterior, com todos os nomes dados aos bebés, do país e por cada estado. O que permitiu, ontem, o brilharete dos jornais americanos, falando de factos que interessam às pessoas. Uma das razões que levam a omelete do jornalismo americano ser o que é, muito boa, vem também dos ovos que ela tem disponíveis. E as instituições não fornecem só dados (factos, factos, factos), elas também têm a noção publicitária de os revelar numa data (Dia da Mãe) que lhes dá mais força. E, sobretudo, têm a sensibilidade de reconhecer neles um assunto que é popular. Este fim-de-semana muito se falou nos Estados Unidos sobre a tendência de os nomes femininos começarem por vogal e acabarem em "a" - como se confirma na vitória das Emma e Isabella.
Trivialidades? Talvez, mas seguramente foi assunto, próprio ou de pessoas próximas, que já ocupou mais tempo, teve mais interesse e levou a mais polémicas, que magnas matérias que julgamos de interesse geral (Governo de Bloco Central ou minoritário?...) Se ouvíssemos com humildade essas conversas banais perceberíamos melhor o mundo. Querem dois argumentos de autoridade (e culturais, até)? Depois do julgamento e condenação de Oscar Wilde, por ter relações com um jovem, não houve um só bebé na Grã-Bretanha baptizado como Oscar durante 25 anos. Adolfo Coelho Rocha escolheu o pseudónimo Miguel Torga, em 1934 - dez anos antes, ainda Hitler não estava no Poder, o poeta teria escolhido abandonar Adolfo? "
Aqui chegados, a pergunta inevitável: e Barack? Calma, o homem, embora tendo já ocupado as manchetes durante todo o ano, foi eleito em Novembro e só então passou a argumento de autoridade. Acabou por ser o 2409.º nome mais popular. Pouco? Nem por sombras, porque é essencial ler a tendência: no ano anterior, Barack havia sido o 12535.º nome mais dado a um bebé masculino. O salto de mais de 10 mil lugares num só ano nunca acontecera nos anais americanos. Assim, a leitora que quase se engasgou ("mas nem é nome cristão!") no site da CNN - que publicou, ontem, os dados que venho referindo - que se vá habituando, porque há fortes probabilidades de Barack galgar lugares até a topo.
Todos os anos, a coincidir com o fim-de-semana do Dia da Mãe, a Administração da Segurança Social americana fornece a lista do ano anterior, com todos os nomes dados aos bebés, do país e por cada estado. O que permitiu, ontem, o brilharete dos jornais americanos, falando de factos que interessam às pessoas. Uma das razões que levam a omelete do jornalismo americano ser o que é, muito boa, vem também dos ovos que ela tem disponíveis. E as instituições não fornecem só dados (factos, factos, factos), elas também têm a noção publicitária de os revelar numa data (Dia da Mãe) que lhes dá mais força. E, sobretudo, têm a sensibilidade de reconhecer neles um assunto que é popular. Este fim-de-semana muito se falou nos Estados Unidos sobre a tendência de os nomes femininos começarem por vogal e acabarem em "a" - como se confirma na vitória das Emma e Isabella.
Trivialidades? Talvez, mas seguramente foi assunto, próprio ou de pessoas próximas, que já ocupou mais tempo, teve mais interesse e levou a mais polémicas, que magnas matérias que julgamos de interesse geral (Governo de Bloco Central ou minoritário?...) Se ouvíssemos com humildade essas conversas banais perceberíamos melhor o mundo. Querem dois argumentos de autoridade (e culturais, até)? Depois do julgamento e condenação de Oscar Wilde, por ter relações com um jovem, não houve um só bebé na Grã-Bretanha baptizado como Oscar durante 25 anos. Adolfo Coelho Rocha escolheu o pseudónimo Miguel Torga, em 1934 - dez anos antes, ainda Hitler não estava no Poder, o poeta teria escolhido abandonar Adolfo? "
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