Bernanke, Trichet e a classe política.
"Um dos fenómenos mais intrigantes dos últimos meses foi a "colagem" dos presidentes dos bancos centrais mais poderosos (FED e BCE) aos políticos. Não por terem baixado violentamente as taxas de juro, mas pelas intervenções públicas: tanto Bernanke como Trichet fizeram declarações que mais pareciam vir de ministros das Finanças do que de banqueiros centrais.
Percebe-se porquê. Bernanke disse recentemente que não quis ficar na História como o responsável por uma segunda grande Depressão. Trichet deve ter sentido o mesmo.
Mas há outra leitura que se pode fazer: os bancos centrais assustaram-se. A profundidade da crise financeira levou a opinião pública a acreditar que o principal risco era a paralisação da economia e não o disparo dos preços. Ora qualquer discurso cauteloso de banqueiro central, alertando para os riscos do excesso de liquidez para os preços (subida da inflação), no médio prazo, poderia ser mal entendido.
O problema é que com a recuperação no horizonte, o caminho dos bancos centrais e dos governos, que até agora foi o mesmo, tem de se partir em dois. Com destinos diferentes: o dos Governos é o pleno emprego, o dos bancos centrais a estabilidade monetária. É por isso que o presidente do FED está a alertar para a subida dos juros. Na Europa, Trichet não deve tardar a fazer o mesmo. Vamos ver se a classe política dos dois lados do "lago" não vai rosnar.
Usando o peso da opinião pública para pressionar os respectivos bancos centrais".
Camilo Lourenço
Percebe-se porquê. Bernanke disse recentemente que não quis ficar na História como o responsável por uma segunda grande Depressão. Trichet deve ter sentido o mesmo.
Mas há outra leitura que se pode fazer: os bancos centrais assustaram-se. A profundidade da crise financeira levou a opinião pública a acreditar que o principal risco era a paralisação da economia e não o disparo dos preços. Ora qualquer discurso cauteloso de banqueiro central, alertando para os riscos do excesso de liquidez para os preços (subida da inflação), no médio prazo, poderia ser mal entendido.
O problema é que com a recuperação no horizonte, o caminho dos bancos centrais e dos governos, que até agora foi o mesmo, tem de se partir em dois. Com destinos diferentes: o dos Governos é o pleno emprego, o dos bancos centrais a estabilidade monetária. É por isso que o presidente do FED está a alertar para a subida dos juros. Na Europa, Trichet não deve tardar a fazer o mesmo. Vamos ver se a classe política dos dois lados do "lago" não vai rosnar.
Usando o peso da opinião pública para pressionar os respectivos bancos centrais".
Camilo Lourenço
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