A hora dos palhaços.
"A nova lei dos circos é talvez a grande responsável pela transformação do famoso animal feroz num gato muito manhoso."
A semana foi fértil em emoções, indignações, patriotismos bacocos, polémicas imbecis e, claro, como não podia deixar de ser, em muitas palhaçadas. Nada de novo, portanto. Neste sítio pobre, cada vez mais pobre, deprimido, cada vez mais deprimido, manhoso, cada vez mais manhoso, cheio de larápios, e que larápios, recheado de mentirosos, e que mentirosos, cada vez mais mal cheiroso e obviamente cada vez mais mal frequentado é natural que a imbecilidade ande sempre à superfície e que o circo com palhaços esfarrapados esteja sempre em primeiro lugar. E nada de novo irá acontecer esta semana, embora se espere muita excitação com o anúncio do novo Governo do senhor presidente relativo do Conselho.
Depois do espectáculo do diálogo, em que todos os partidos da Oposição participaram alegremente, com ar solene e palavras cheias de responsabilidade democrática, vêm aí os nomes dos ministros e ministras que irão desgovernar o sítio nos próximos tempos. Sim, desgovernar, porque no estado a que isto chegou o mais do mesmo significa mais pobreza, mais endividamento, mais desemprego, mais vigarice política e não só. É espantoso como a propaganda oficial e oficiosa conseguiu, depois das duas campanhas eleitorais, atirar para debaixo do tapete a gravíssima crise que está a atirar este sítio para as caudas das caudas da União Europeia e da OCDE.
Os propagandistas do regime, verdade seja dita, conseguiram evitar que a crise volte em força à agenda política. Conseguiram evitar que se fale das milhares das PME que estão com a corda ao pescoço, com as empresas que abrem falência, com os milhares de velhos e novos pobres que andam a viver à conta da solidariedade de autarquias e organizações privadas. Nada disso interessa. Os propagandistas do regime até conseguem falar em indicadores que apontam para uma retoma económica e atiram pela janela fora as poucas vozes que andam por aí a avisar do futuro negro que irá atingir os indígenas quando a economia recuperar e as taxas de juro dispararem, atirando para a miséria milhares de famílias hipotecadas com empréstimos à habitação e ao consumo. Mas nada disto interessa.
O sítio é muito moderno e avançado. Tão avançado que até é pioneiro em matéria de palhaçadas. E o primeiro a dar o exemplo é o senhor presidente relativo do Conselho. A nova lei dos circos é talvez a grande responsável pela transformação do famoso animal feroz num gato muito manhoso. "
António Ribeiro Ferreira
A semana foi fértil em emoções, indignações, patriotismos bacocos, polémicas imbecis e, claro, como não podia deixar de ser, em muitas palhaçadas. Nada de novo, portanto. Neste sítio pobre, cada vez mais pobre, deprimido, cada vez mais deprimido, manhoso, cada vez mais manhoso, cheio de larápios, e que larápios, recheado de mentirosos, e que mentirosos, cada vez mais mal cheiroso e obviamente cada vez mais mal frequentado é natural que a imbecilidade ande sempre à superfície e que o circo com palhaços esfarrapados esteja sempre em primeiro lugar. E nada de novo irá acontecer esta semana, embora se espere muita excitação com o anúncio do novo Governo do senhor presidente relativo do Conselho.
Depois do espectáculo do diálogo, em que todos os partidos da Oposição participaram alegremente, com ar solene e palavras cheias de responsabilidade democrática, vêm aí os nomes dos ministros e ministras que irão desgovernar o sítio nos próximos tempos. Sim, desgovernar, porque no estado a que isto chegou o mais do mesmo significa mais pobreza, mais endividamento, mais desemprego, mais vigarice política e não só. É espantoso como a propaganda oficial e oficiosa conseguiu, depois das duas campanhas eleitorais, atirar para debaixo do tapete a gravíssima crise que está a atirar este sítio para as caudas das caudas da União Europeia e da OCDE.
Os propagandistas do regime, verdade seja dita, conseguiram evitar que a crise volte em força à agenda política. Conseguiram evitar que se fale das milhares das PME que estão com a corda ao pescoço, com as empresas que abrem falência, com os milhares de velhos e novos pobres que andam a viver à conta da solidariedade de autarquias e organizações privadas. Nada disso interessa. Os propagandistas do regime até conseguem falar em indicadores que apontam para uma retoma económica e atiram pela janela fora as poucas vozes que andam por aí a avisar do futuro negro que irá atingir os indígenas quando a economia recuperar e as taxas de juro dispararem, atirando para a miséria milhares de famílias hipotecadas com empréstimos à habitação e ao consumo. Mas nada disto interessa.
O sítio é muito moderno e avançado. Tão avançado que até é pioneiro em matéria de palhaçadas. E o primeiro a dar o exemplo é o senhor presidente relativo do Conselho. A nova lei dos circos é talvez a grande responsável pela transformação do famoso animal feroz num gato muito manhoso. "
António Ribeiro Ferreira
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