Cortes nas reformas

"As estatísticas oficiais do INE dizem que, em média, uma pessoa que chegue à idade da reforma dos 65 anos terá uma esperança de vida de 18/19 anos. O prolongamento da idade média de vida, graças a melhores cuidados de saúde, é uma excelente notícia. Mas para a sistema de Segurança Social trata-se de uma pressão crescente, especialmente porque a pirâmide demográfica está a ser invertida, havendo cada vez menos nascimentos e menos pessoas activas a descontar.

A pressão financeira obrigará a uma diminuição gradual do valor das reformas. As pessoas que no próximo ano comemorem 65 anos e tiverem 40 anos de descontos perdem 1,65% da pensão. Para manterem o mesmo nível de rendimento esperado terão de trabalhar mais um mês e vinte dias. Este corte é insignificante quando comparado com a diminuição drástica que quem tem hoje menos de 50 anos vai sofrer quando atingir os 65 anos.

A actual crise financeira do Estado vai também ter efeitos nefastos na Segurança Social.

Na prática, o Estado tem uma dívida com os actuais subscritores, mas nenhum responsável pode garantir que em vinte anos essa dívida será integralmente resgatada.

Para quem hoje tem 50 anos e é optimista, é melhor contar já com um corte de 20% na aposentação."

Armando Esteves Pereira