A estratégia (errada) de Sócrates
"José Sócrates continua a escalar o conflito com o Presidente da República. Depois das críticas indirectas, por interpostos deputados, passou ao ataque directo ao dizer que nem a presidência está isenta de críticas.
O que leva Sócrates a atirar-se de forma desabrida ao Presidente? Dramatizar a luta política para obrigar o PR a dissolver o Parlamento e convocar eleições antecipadas? Criar espaço para um candidato presidencial do PS, percebida a fragilidade de Cavaco depois das "escutas"? É irrelevante. O que interessa é perceber os riscos da sua atitude. E ao contrário do que defendem alguns analistas, o primeiro-ministro perde mais do que ganha com esta estratégia.
Porquê? Porque a situação económica vai continuar a degradar nos próximos meses (e provavelmente anos). Desde logo o desemprego, que deve chegar aos 11% em 2010 (sem hipótese de redução porque o crescimento económico será insípido). Depois o défice orçamental, que só em sonhos (do ministro das Finanças) descerá para os 3% até 2013. Mas há um problema ainda maior que Sócrates enfrenta: a degradação da competitividade da economia. O que, em linguagem corrente, significa agravamento do défice externo para níveis insustentáveis. E que, mais tarde ou mais cedo, nos vai obrigar a apertar o cinto. Moral da história: o que fará Sócrates quando a sua popularidade estiver de rastos, mercê da má performance económica? É nessa altura que se vai arrepender da tempestade provocada pelos ventos que anda agora a semear. Porque estará nas mãos do Presidente."
Camilo Lourenço
O que leva Sócrates a atirar-se de forma desabrida ao Presidente? Dramatizar a luta política para obrigar o PR a dissolver o Parlamento e convocar eleições antecipadas? Criar espaço para um candidato presidencial do PS, percebida a fragilidade de Cavaco depois das "escutas"? É irrelevante. O que interessa é perceber os riscos da sua atitude. E ao contrário do que defendem alguns analistas, o primeiro-ministro perde mais do que ganha com esta estratégia.
Porquê? Porque a situação económica vai continuar a degradar nos próximos meses (e provavelmente anos). Desde logo o desemprego, que deve chegar aos 11% em 2010 (sem hipótese de redução porque o crescimento económico será insípido). Depois o défice orçamental, que só em sonhos (do ministro das Finanças) descerá para os 3% até 2013. Mas há um problema ainda maior que Sócrates enfrenta: a degradação da competitividade da economia. O que, em linguagem corrente, significa agravamento do défice externo para níveis insustentáveis. E que, mais tarde ou mais cedo, nos vai obrigar a apertar o cinto. Moral da história: o que fará Sócrates quando a sua popularidade estiver de rastos, mercê da má performance económica? É nessa altura que se vai arrepender da tempestade provocada pelos ventos que anda agora a semear. Porque estará nas mãos do Presidente."
Camilo Lourenço
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