quinta-feira, março 25, 2010

A caixa-forte do PS

"Quando o Tio Patinhas tinha tanto dinheiro guardado debaixo do colchão que a sua cama ficava demasiado perto do tecto, teve de mandar construir uma caixa-forte. Aí podia, finalmente, exercer a sua actividade favorita: nadar entre as moedas e as notas. Portugal tem inveja do Tio Patinhas. Porque, em vez de nadar entre moedas, afoga-se no vácuo. A questão, claro, não tem a ver com passarmos das vacas gordas para as vacas magras, como há umas décadas. Tem a ver com termos sonhado, até há uns meses, que a nossa piscina era um repuxo de dinheiro. Esse sonho publicitário fazia parte da realidade virtual onde José Sócrates colocou Portugal. Sócrates criou um País virtual onde não havia espaço para a realidade. O programa eleitoral do PS espelhava isso. As múltiplas distribuições de pão em forma de rosas e os investimentos públicos foram a última fronteira electrónica do seu delírio. O PEC enterrou a alucinação colectiva que Sócrates prometeu, como se vivêssemos na digressão hippie dos Merry Pranksteers nos anos 60. O PEC é o novo programa do PS. E nele o PS renega tudo o que defendeu desde a sua criação. Cumprir este PEC é o purgatório do PS. Os políticos, sabe-se, têm uma grande capacidade para detectar os sintomas em vez das causas. Nesse aspecto, Sócrates e os seus esmeraram-se. Acabaram com o sonho dos portugueses, fuzilaram a ideologia do PS e riscaram Mário Soares do mapa. O PS perdeu-se no seu próprio labirinto. Já não é Teseu. É o Minotauro. E deixa-nos num labirinto sem saída à vista. "

Fernando Sobral

1 Comments:

Anonymous António Barreto said...

E Mários Soares passou, agora, a acreditar no homem providencial, contra quem, no passado, tão bravamente combateu!

quinta-feira, março 25, 2010  

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