quarta-feira, março 24, 2010

A rolha e a garrafa vazia

"Toda a gente diz que a aprovação da proposta de Santana Lopes, que prevê a expulsão dos militantes críticos da direcção nos dois meses prévios a cada acto eleitoral, ofuscou o congresso do PSD em Mafra. É verdade. Resta apurar se isso é necessariamente mau: eu suspeito que o resto do congresso foi pior. Não importa que a galhofa dedicada pelos demais partidos à chamada "lei da rolha" possua o seu quê de alucinado (o PS, por exemplo, dispõe de uma lei quase igual). Importa que, sem a galhofa, o congresso mostraria com outra nitidez o que de facto acabou por ser: um prodigioso vazio.

Juro que, com os sacrifícios inerentes, incluindo um fim-de-semana arruinado, puxei do profissionalismo e tentei acompanhar o congresso à cata de meia dúzia de ideias. Excepto se jorraram nos longos períodos em que adormeci, dali não saiu sequer o fragmento de uma. Saiu Passos Coelho travestido de opositor de Sócrates, saiu Rangel perdido no nevoeiro "ideológico" e saiu Aguiar-Branco, o menos exótico, da corrida.

Por isso é que, antes de Mafra, se esperava que alguém (Marcelo? Rio?) surgisse das brumas e conquistasse pela palavra e pela aura os congressistas, que terminariam o fim-de-semana em euforia pré-governativa. Esta expectativa, que nenhum indício justificou, fundava-se num pressuposto desesperado e compreensível, o de que era impossível que os candidatos a liderar o maior partido da oposição fossem apenas aquelas melancolias ambulantes: tinha de haver outro, tinha de haver melhor.

Não houve. Ganhe quem ganhar, o PSD está entregue. O eng. Sócrates talvez possa agradecer. O País, se lhe sobrar um pedacinho de lucidez, não deve
. "

Alberto Gonçalves

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Bem podes meter a rolha no cu.
Assim evitarias atirar mais merda cá para fora

quarta-feira, março 24, 2010  

Enviar um comentário

<< Home

Divulgue o seu blog!