A verdade da mentira.
"Há uma opção clara e fundamental de não aumento de impostos» no Plano de Estabilidade e Crescimento (PEC), começou por anunciar José Sócrates ao país na passada segunda-feira. Para logo acrescentar: «Com uma única excepção...», a do novo escalão de 45% de IRS. Na verdade, não é uma excepção, são várias e numerosas, tendo em conta o aumento da carga fiscal que resulta da redução generalizada das deduções, os descontos agravados nas pensões ou o imposto sobre as mais-valias mobiliárias.
«Serão mantidas as opções já tomadas no que respeita aos grandes investimentos, como o novo aeroporto ou o TGV», continuou Sócrates. Para, de imediato, se desmentir a si próprio com mais algumas excepções: «Sendo adiadas as linhas de TGV Lisboa-Porto e Porto-Vigo...» .
Parece, pois, que a mentira ou a meia-verdade já se tornou um hábito de tal modo interiorizado pelo primeiro-ministro que este nem sequer resiste a utilizá-lo com abundância nos seus discursos ao país.
Percebe-se o aperto na garganta de Sócrates ao anunciar aos portugueses as medidas previstas no PEC. Pois cada uma delas vem desdizer o que o Governo e o seu chefe vinham afirmando, insensatamente, nos últimos meses. Que Portugal fora dos primeiros a sair da crise, que o desemprego já estava travado, que não haveria mais aumento de impostos, que o congelamento de salários era um caso pontual, que o TGV se iria manter em toda a sua megalomania, pois «ao contrário do que dizem, a crise é mais uma razão para fazermos o TGV», etc.
Este discurso fantasioso e cor-de-rosa ruiu como um castelo de cartas com o PEC. Um PEC que é, no seu conjunto de medidas liberais e privatizadoras, a antítese quase total do programa de Governo que o PS, há poucos meses, apresentou aos portugueses.
Mais importante ainda: ao apontar para crescimentos do PIB sempre inferiores a 2% até 2013 – confirmando que todos os anos da governação de Sócrates, desde 2005, colocaram Portugal a divergir e a empobrecer em relação à União Europeia – o PEC transforma-se num verdadeiro certificado de incompetência política.
Num atestado, assinado pelos próprios governantes, que oficializa um ciclo de resultados falhados e oportunidades desperdiçadas. Com muitas mentiras e meias-verdades de permeio."
JAL
«Serão mantidas as opções já tomadas no que respeita aos grandes investimentos, como o novo aeroporto ou o TGV», continuou Sócrates. Para, de imediato, se desmentir a si próprio com mais algumas excepções: «Sendo adiadas as linhas de TGV Lisboa-Porto e Porto-Vigo...» .
Parece, pois, que a mentira ou a meia-verdade já se tornou um hábito de tal modo interiorizado pelo primeiro-ministro que este nem sequer resiste a utilizá-lo com abundância nos seus discursos ao país.
Percebe-se o aperto na garganta de Sócrates ao anunciar aos portugueses as medidas previstas no PEC. Pois cada uma delas vem desdizer o que o Governo e o seu chefe vinham afirmando, insensatamente, nos últimos meses. Que Portugal fora dos primeiros a sair da crise, que o desemprego já estava travado, que não haveria mais aumento de impostos, que o congelamento de salários era um caso pontual, que o TGV se iria manter em toda a sua megalomania, pois «ao contrário do que dizem, a crise é mais uma razão para fazermos o TGV», etc.
Este discurso fantasioso e cor-de-rosa ruiu como um castelo de cartas com o PEC. Um PEC que é, no seu conjunto de medidas liberais e privatizadoras, a antítese quase total do programa de Governo que o PS, há poucos meses, apresentou aos portugueses.
Mais importante ainda: ao apontar para crescimentos do PIB sempre inferiores a 2% até 2013 – confirmando que todos os anos da governação de Sócrates, desde 2005, colocaram Portugal a divergir e a empobrecer em relação à União Europeia – o PEC transforma-se num verdadeiro certificado de incompetência política.
Num atestado, assinado pelos próprios governantes, que oficializa um ciclo de resultados falhados e oportunidades desperdiçadas. Com muitas mentiras e meias-verdades de permeio."
JAL
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