quarta-feira, junho 16, 2010

Sonhos cor-de-rosa

"Cada vez é mais difícil distinguir o país real do irreal. O pagode que por aí vai é tal que me acontece duvidar se li determinada notícia ou se a notícia me apareceu em sonhos. Por exemplo, eu li ou sonhei que a reacção do eng. Sócrates ao "adiamento" da ligação a Portugal do TGV espanhol foi tentar levar o TGV para Marrocos e manter uma linha Lisboa-Madrid que começa num ermo e acaba noutro ermo? Eu li ou sonhei que, para efeitos de "prestígio", as "fontes" do costume espalharam que Chico Buarque andava mortinho por conhecer o eng. Sócrates? Eu li ou sonhei que o eng. Sócrates regressou à Covilhã para pedir "aos melhores jogadores do mundo" que "inspirem o povo"? Eu li ou sonhei que o ministro das Finanças jurou que nem a Constituição o impedirá de aumentar os impostos? Eu li ou sonhei que a ministra da Educação acha que a impossibilidade prática de reprovação é "um incentivo ao esforço"?

Provavelmente li umas coisas, sonhei as restantes. Certo é que, ao contrário do que se diz, isto não é nenhum fim de ciclo: o ciclo, se quiserem chamar-lhe assim, terminou há muito. Aquilo a que agora assistimos é coisa talvez inédita: um Governo outrora inepto que se empenha em parodiar a própria inépcia. Quando muito, trata-se do fim de um circo, embora ainda seja de contar com mais dois ou três números de malabarismo, trapezistas e palhaços, imensos palhaços, ricos e pobres, sobretudo de espírito
."

Alberto Gonçalves

Divulgue o seu blog!