quinta-feira, julho 01, 2010

Fracturar por aí

"As propostas fracturantes são, quase sempre, Frankensteins que servem para afugentar espíritos frágeis. São espantalhos que não impedem os pássaros de continuar a comer os cereais. Servem para iludir o essencial e para polemizar o acessório. É por isso que se estranha que haja quem, no PSD, esteja a discutir uma alteração à Constituição que permita acabar com a imposição da forma republicana de governo. Não se acredita que, como nas propostas fracturantes do PS nos primeiros tempos da tutela de José Sócrates sobre o País, esta apenas sirva para a promoção pessoal dos seus proponentes. Para virem a ser recompensados, no futuro, com um qualquer cargo de eurodeputado ou vice-presidência da bancada parlamentar. Por isso a situação deve ser analisada de forma mais séria. Substituir a imposição constitucional da República é abrir uma caixa de Pandora. Democracia, que alguns querem ver no lugar de República, pode querer dizer Monarquia, mas também Democracia musculada ou mesmo Democracia socialista. A leitura é para todos os gostos. Mas o que espanta é olhar-se para o republicanismo como se ele fosse um bloqueio ao futuro do sítio. A não ser que haja um interesse ideológico muito próprio (que não vislumbramos no universo maioritário do PSD) em chutar a República para o caixote do lixo, não se vislumbra a razão do cisma. Até porque Passos Coelho não necessitará, neste momento, de vir a ser confrontado com as razões de tão radical mudança na Constituição. Precisa, antes, de mostrar que pode dar um novo ânimo ao País"

Fernando Sobral

1 Comments:

Blogger Toupeira said...

Gosto muito destes artigos, fazem lembrar laranjas fora de tempo, secas, sem sumo algum, não provem e parecem palha.
Chegou-se ao ponto de falar sobre coisas sem relevância alguma.
É cansativo, perder tempo com estas almas.

quinta-feira, julho 01, 2010  

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