Alô, FMI? Ponham uma sentinela em Lisboa
"Os sinais de que temos governantes irresponsáveis multiplicam-se a cada dia. Senão veja-se. Na 3ª feira a UTAO denuncia que a execução orçamental do 1º trimestre está afectada porque o Governo adiou o pagamento de 200 milhões de euros. No mesmo dia, o Ministério das Finanças diz que os 200 milhões são coisa pouca. Nessa noite o 1º ministro faz um lamentável número de ilusionismo, dizendo que estavam apenas em causa atrasos nos descontos para a Caixa Geral de Aposentações. Esqueceu-se dos pagamentos adiados… E, pasme-se, deu a entender que quando o Estado se atrasa nas contribuições não é grave. Ao contrário das empresas, que são imediatamente perseguidas…
Ontem o Negócios divulgou que o Governo deu instruções ao Fundo de Capitalização da Segurança Social para comprar dívida pública, quando percebeu que os bancos iam deixar de acorrer aos leilões. Atente-se na gravidade da decisão: o Fundo foi criado para gerir activos, de forma a criar reservas para o caso de um dia a Segurança Social ficar sem dinheiro para pagar pensões. É esta instituição, com regulamento e critérios de gestão próprios (técnicos), que o Governo decidiu manipular para disfarçar, em desespero de causa, a pré-bancarrota do país. É de ficar com os cabelos em pé!
Chegados aqui só apetece perguntar: já alguém questionou o FMI sobre estas jogadas (nomeadamente a manipulação da execução orçamental)? Não é melhor convidá-los a colocar uma sentinela na sala contígua à do ministro das Finanças? É que como a malta não se sabe governar, pelo menos evitamos o vexame de, um dia destes, o FMI vir dizer (publicamente) que a ajuda externa está suspensa."
Camilo Lourenco
Ontem o Negócios divulgou que o Governo deu instruções ao Fundo de Capitalização da Segurança Social para comprar dívida pública, quando percebeu que os bancos iam deixar de acorrer aos leilões. Atente-se na gravidade da decisão: o Fundo foi criado para gerir activos, de forma a criar reservas para o caso de um dia a Segurança Social ficar sem dinheiro para pagar pensões. É esta instituição, com regulamento e critérios de gestão próprios (técnicos), que o Governo decidiu manipular para disfarçar, em desespero de causa, a pré-bancarrota do país. É de ficar com os cabelos em pé!
Chegados aqui só apetece perguntar: já alguém questionou o FMI sobre estas jogadas (nomeadamente a manipulação da execução orçamental)? Não é melhor convidá-los a colocar uma sentinela na sala contígua à do ministro das Finanças? É que como a malta não se sabe governar, pelo menos evitamos o vexame de, um dia destes, o FMI vir dizer (publicamente) que a ajuda externa está suspensa."
Camilo Lourenco
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