terça-feira, maio 17, 2011

Morreu o PP, renasceu o CDS. Ou talvez não…

"Desde que Paulo Portas iniciou a sua relação com o CDS, o partido já deu várias cambalhotas. Ainda nos tempos em que era o ideólogo de Manuel Monteiro, foi o responsável pela criação do Partido Popular.

O partido foi rebaptizado e abandonou o ADN fundador do centrismo democrata-cristão para se afirmar à direita. Foram os tempos dos tiques anti-Europa. Depois, já com Portas à frente do CDS-PP, vieram os tempos de parceiro no Governo de Durão Barroso. E Paulo Portas, então na pasta da Defesa, assumiu a postura do homem de Estado. Acabaram os radicalismos reguilas e tudo passou a ser dito com uma pose empertigada e uma voz pausada. Desde aí, já houve de tudo: do Paulinho das feiras à imagem do homem ponderado.

Paulo Portas é um político profissional. E dos bons. É do melhor que há no campeonato local. O líder do PP sabe bem o quer: o poder. Quer afirmar o CDS como incontornável para garantir a estabilidade governativa, num País que tem um sistema político pouco favorável a promover maiorias absolutas. Quer ser o fiel da balança da III República. E para isto, sabe que a ideologia deve ser plasticina. Deve ter muitas cores e ser moldável às necessidades do momento. Mais importante é a táctica.

Quem ouviu a apresentação do manifesto eleitoral, confirmou o que já se tinha percebido dos debates televisivos e da pré-campanha. Paulo Portas fez novamente o pino. O novo programa do PSD é mais liberal, mais ideológico, mais clarificador das ofertas políticas. Pedro Passos Coelho teve a coragem de separar as águas e contribuir para a bipolarização. Quem acha que o Estado deve ser o princípio e o fim de tudo, deve votar neste PS de Sócrates. Quem acha que o Estado deve sair de várias áreas da sociedade, da economia e da política, deve votar no PSD. Perante isto, Portas abandonou a direita - entregou-a a Passos Coelho - e acampou no centro. O CDS voltou em força para o PP ficar mais apagado.

Perante os pontos polémicos do programa da ‘troika', Paulo Portas responde com cuidado, cautela, com a necessidade de estudar as respostas com moderação. O caso da redução da Taxa Social Única é um exemplo paradigmático. Ele sabe que os portugueses são conservadores, que neste momento têm medo do futuro e que, por isso, a estratégia do PSD é de alto risco. Portanto, a sua táctica é passar pelo moderado, o pragmático e aproveitar o vazio deixado pela gritaria de ataques entre PS e PSD.

Tendo em conta os dados das sondagens, a vida até poderá correr bem a Paulo Portas que poderá conseguir uma votação histórica. Mas para quê? Para que servem esses votos? O programa da ‘troika' é claro e não há outro caminho para o País nos próximos anos, sob pena de se arriscar a falência real. O programa do PSD é o que melhor bebe as indicações de FMI, BCE e Comissão. É altura de fazer reformas, e em força, e não de estar com caldos de galinha. Portugal precisa de um choque de realidade e não de continuar com os velhos hábitos. Portanto, o PP parece estar fora de tom. Por outro lado, se for para o Governo com os socialistas, Paulo Portas vai dar razão a quem diz que PS e CDS são iguais: forças políticas conservadoras. No passado, Freitas do Amaral cometeu este pecado e deu-se mal. Tudo indica que Paulo Portas será um dos vitoriosos das próximas eleições, mas terá de ter cuidado para não ficar com uma vitória de Pirro
."

Bruno Proença

4 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Prometeu que não governaria com o FMI, de Dominique Strauss-Kahn. Porque mudou de ideias?
Para defender o estado social. Porque a oposição chumbou o PEC IV.
Agora está disponível para governar com o FMI. Porquê?
Para defender o estado social. Porque a oposição chumbou o PEC IV.
Já disse que não é pessoa para virar a cara à luta. O que o faz correr?
Defender o estado social. Porque a oposição chumbou o PEC IV.
O que o distingue fundamentalmente dos partidos à sua direita, que também subscreveram o memorando com a Comissão Europeia e o FMI?
A defesa do estado social. Eles chumbaram o PEC IV.
Se voltar a vencer as eleições qual será a sua prioridade?
A defesa do estado social. Porque a oposição chumbou o PEC IV.
Do que mais se orgulha de ter feito nestes seis anos?
Da defesa do estado social. E do PEC IV, que a oposição chumbou.
Admite ter cometido algum erro?
Dei o meu melhor. Na defesa do estado social. Até a oposição ter chumbado o PEC IV.
Já pensou o que irá dizer à senhora Merkel quando voltar a estar com ela?
Digo-lhe que defendi o estado social. E que a oposição chumbou o PEC IV.
Tem horas que me diga?
Defendo o estado social. A oposição chumbou o PEC IV.

terça-feira, maio 17, 2011  
Anonymous Anónimo said...

Os EUA e a Europa cometeram o maior erro de estratégico-político de todos os tempos ao abrirem as fronteiras à China.
O acordo entre a OMC e a China foi uma catastrofe, cujas consequências só agora estão a começar a repercurtir-se no ocidente.
Mas como um erro (mesmo que muito grave) nunca vem só os políticos ocidentais teimaram a disfarçar o indisfarçavel e a adiar o inevitável ( criação de fortes barreiras à entrada de produtos de economias que fazem dumping social, ambiental e por vezes económico)endividando-se fortemente na esperança que um milagre acontecesse.
Porém, em economia, a sustentabilidade está sempre associada à realidade e nunca à extratosfera e por isso, mais tarde ou mais cedo acaba por se manifestar.

É por isso que governantes hipocrates destroem civilizações.
É por isso que nenhum país tem sustentabilidade a mádio-prazo sem que gere mais riqueza do que aquela que consome.
É por isso que grandes impérios cairam.

Agora quem tem beneficiado fortemente desta globalização é a grande distribuição e os grandes importadores, pois para eles nunca houve tantas oportunidades e tanto lucro fácil.

O problema é que - para serem benefíciados uns quantos - foram destruídas as estruturas geradoras de riqueza (indústria, agricultura, pescas ...) ocidentais e com estas o emprego, o sistema de ensino ( o tratado de bolonha, mais não é que uma rendição da europa numa importante batalha), o Sistema de Saúde e o m odelo de organização social.

Agora podem vir os políticos de esquerda com a defesa de uma constituição completamente critalizada no tempo que não impedem o tempo de passar e o mundo de evoluir.

Ou os mais liberais defender a grande distribuição como se de um remédio se trata-se que o país com eles nºão vai parar de empobrecer.

Venho dizendo já à algum tempo que a China é que vai fazer com que os ocidentais voltem a trabalhar, ou em alternativa irão rapidamente empobrecer.

Infelizmente acho que tenho razão!

terça-feira, maio 17, 2011  
Anonymous PQP said...

os burros dos tugas não querem saber porque sabem que alguém vai pagar, aqueles que têm casas, carros, etc,,,, através do aumento dos imis, etc,... olhe só a pouca vergonha do imi em 100000€ paga-se 300€ ano, em 30 a 40 anos é o preço de uma casa nova,... mas como estamos num regime semi comunista de casa para todos e rendimentos garantidos para todos e sem vergar a mola,tá-se mesmo a ver,... o outro que pague até um dia que podem começar eles a pagar com fome na barriga,...
os burros dos tugas não querem saber porque sabem que alguém vai pagar, aqueles que têm casas, carros, etc,,,, através do aumento dos imis, etc,... olhe só a pouca vergonha do imi em 100000€ paga-se 300€ ano, em 30 a 40 anos é o preço de uma casa nova,... mas como estamos num regime semi comunista de casa para todos e rendimentos garantidos para todos e sem vergar a mola,tá-se mesmo a ver,... o outro que pague até um dia que podem começar eles a pagar com fome na barriga,...

terça-feira, maio 17, 2011  
Anonymous Carlos said...

Temos que produzir mais, melhor, com qualidade e vender para o mundo. Temos que bater o pé na UE no que toca a negociações de quotas, estrangulam o nosso crecimento e sobretudo temos que saber o que vamos produzir. ninguem fala da situação das nossas industrias, das nossas empresas, tambem ninguem fala das nossas importações que nos leva o dinheirinho,´temos que criar optimismo para sairmos da cepa torta que nos tem consumido ao longo destas duas decadas. Existem 2 milhões de hectares abandonados para se produzir bens alimentares e diminuir as importaçõesdestes bens de consumo.

terça-feira, maio 17, 2011  

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