sexta-feira, maio 13, 2011

Virou cobra sem veneno

"No sítio do “Luís, estou bem assim?” ninguém dorme. Se o inimigo fala de televisão, sai televisão; se na agenda há impostos, sai impostos; vem batata, sai batata. Julga-se que se pode enganar o povo todo durante todo o tempo.

Custa entender o óbvio. Custa quando se embarca na ideia feita que cresce na ironia com sentido: "um conservador é um liberal que já foi assaltado". Não está longe do efeito que um conservador como José Sócrates procura com uma estratégia que revela a pobreza do conteúdo. Sócrates está esmifrado e vazio: também ele foi abalroado.

A história lamentável do PS e da taxa social única - será que o primeiro-ministro já não lê os documentos que subscreve? -, o texto demolidor de Wolfgang Münchau, no "Financial Times" - que diz de Sócrates o que nem o PSD ousa dizer -, o programa eleitoral do PS - que se aproxima no conteúdo do best-seller ‘Livro em Branco'. Tudo isto é triste e converge para um desastre anunciado.

Voltemos a Münchau e à liberdade de pensamento que o FT preserva: "A forma como Portugal tem gerido, e continua a gerir, a crise é assustadora. O primeiro-ministro português, José Sócrates, escolheu adiar o pedido de ajuda financeira até ao último minuto. O seu anúncio, na semana passada, foi um momento de tragicomédia nesta crise. Com o país à beira do colapso financeiro, o sr. Sócrates declarou na televisão nacional que conseguira um melhor acordo do que a Grécia e a Irlanda. (...) Quando os detalhes foram conhecidos, pudemos ver que nada disto era verdade. (...) Não se pode gerir uma união monetária com governantes como o sr. Sócrates".

Perguntado, o primeiro-ministro ignora, não só a influência da opinião como a sua existência, num processo de negação que pretende afastar do seu alcance o que o puxa à realidade.

Nada disto é relevante, da mesma forma que não se valoriza a declaração do comissário Olli Rehn sobre as exigências do memorando de entendimento: uma ambiciosa agenda de privatizações, alterações profundas nas regras do trabalho. No essencial e numa leitura simpática, um plano "doloroso e difícil para o povo português".

É esta a realidade que deixou o líder do PS sem programa, sem discurso e sem estratégia. A táctica resume-se ao efeito que a mudança cria numa sociedade agarrada ao conforto do Estado. É provável que um conservador seja um liberal que já foi assaltado. E, assim, constrói-se o medo.

Acontece que a manha de Sócrates já não assusta. Também por ter perdido essa faculdade, vai perder as eleições. Virou cobra sem veneno
."

Raul Vaz

3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Sócrates não vai perder as eleições.
Porquê?
Simples, a racionalidade do voto.
O que se debate não tem influência em termos de número, o homem pode perder os debates, mas tem o SIS a trabalhar com ele, e tem 2 000 000 de tipos que nunca oagaram nada e recebem do estado social,estes votos garantem a coisa.
A política e a razão no sentido da honestidade nada tem a ver com isto das eleições, porque este é povo que temos, merdoso, invejoso e preguiçoso.
Os que trabalham e pensam bem, não contam, são poucos para uma amioria e depois há o resto da esquerda merdosa.
Porque não posso entrar no Blogger, e não estou interessado em entrar.
Fiquem bem os que são de bem.

TOUPEIRA

domingo, maio 15, 2011  
Anonymous Atento said...

É pena porque gostava de ler os seus posts.

segunda-feira, maio 16, 2011  
Anonymous Vão dar banho ao cão said...

Não me diga que o Sócrates o desmotivou?

segunda-feira, maio 16, 2011  

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