sábado, julho 16, 2011

Chamem Harry Potter!

"A Europa precisa desesperadamente de contratar Harry Potter. Pode ser que a magia resolva o que a política é incapaz. Pode ser que um mágico que acredita na força dos poderes interiores faça melhor do que os políticos que só recitam poesia cómica.
A Europa está cercada por lordes Voldemorts e nem sequer sabe fazer mezinhas. O drama é que o fim do euro é uma peça teatral menor quando comparada com a possibilidade do fim do sistema europeu tal como o conhecemos. Não é uma ideia impossível. Há um fosso cada vez maior entre o que os cidadãos esperam dos seus Governos e aquilo que eles lhe podem dar. Com ou sem falência do euro a Europa será um local bem diferente daqui a uns anos.


O sistema que financiou a democracia política e a estabilidade económica implodiu. Na Itália os dados chamuscam: daqui a 30 anos haverá um trabalhador para cada pensionista. Se o crédito fácil alimentou uma economia baseada no consumo, agora o drama é outro: o dinheiro que há é caro.

O Estado, omnipresente e omnipotente, vai deixar de o ser. E isso vai ser devastador em países mais permeáveis e frágeis. Tudo isso se vê sem ajuda de uma bola de cristal. Mas a Europa que se acantonou nos salões de ar condicionado de Bruxelas pensa que a melhor forma de nada mudar é mudar apenas qualquer coisa. Debaixo da sua torre burocrática o mundo move-se mesmo que o senhor Olli Rehn, ou o senhor Juncker, ou o senhor Durão Barroso acreditem que o sol se move à volta de Bruxelas. Harry Potter já desmentiu esse facto. E os Voldemorts deste planeta também não lêem as redacções do senhor Van Rompuy
."

Fernando Sobral

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