terça-feira, novembro 06, 2012

O Estado é um casino onde só alguns jogam, mas onde os que pagam impostos sempre perdem...

Juras e Juros

Os aumentos de impostos que nos martirizam e destroem a economia têm como maiores beneficiários os agiotas que contrataram empréstimos com o estado português. Todos os anos, quase dez por cento do orçamento, mais de sete mil milhões de euros, destina-se a pagar juros de dívida pública.


Ainda no tempo de Sócrates, e para alimentar as suas megalomanias, o estado financiava-se a taxas usurárias de seis e sete por cento. A banca nacional e internacional beneficiava desse mecanismo perverso que consistia em os bancos se financiarem junto do Banco Central Europeu (BCE) a um ou dois por cento para depois emprestarem ao estado português a seis.

Foi este sistema que levou as finanças à bancarrota e obrigou à intervenção externa, com assinatura do acordo com a troika, composta pelo BCE, FMI e União Europeia. Mas este pacto foi, ele também, desastroso. Esperava-se um verdadeiro resgate que transformasse os múltiplos contratos de dívida num único, com juros favoráveis e prazos de pagamento dilatados. Assim, isolar-se-ia o problema da dívida e permitir-se-ia o normal funcionamento da economia. Mas o que o estado então assinou foi um verdadeiro contrato de vassalagem que apenas garantia austeridade. Assim, assegurou-se a continuidade dos negócios agiotas com a dívida, à custa de cortes na saúde, na educação e nos apoios sociais.
Para cúmulo, o empréstimo da troika foi celebrado com juros elevados e condições inaceitáveis. Na componente do empréstimo contratada com o FMI, este impôs até que o mesmo fosse indexado às cotações do euro, mas também do dólar, iene e libra, cuja valorização face ao euro era previsível. Como consequência, por via da flutuação cambial, Portugal terá de pagar mais dois mil milhões de euros de capital.
A chegada de Passos Coelho ao poder não rompeu com esse paradigma. Nem por sombras. O governo optou por nem sequer renegociar os empréstimos agiotas anteriormente contratados; e continua a negociar nova dívida a juros incomportáveis.
Os políticos fizeram juras de amor aos bancos, mas os juros pagámo-los nós bem caro, pela via dum orçamento de estado que está, primordialmente, ao serviço dos verdadeiros senhores feudais da actualidade, os banqueiros.
Paulo Morais, Professor Universitário

1 Comments:

Anonymous menvp said...

Paulo Morais, professor universitário - Correio da Manhã – 19/6/2012
"Com estas artimanhas (...) os banqueiros dominam a vida política, garantem cumplicidade de governos, neutralizam a regulação. Têm o caminho livre para sugar os parcos recursos que restam. Já não são banqueiros, parecem gangsters, ou seja, banksters."
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-> Não há dinheiro para o Estado Social... no entanto... os contribuintes são saqueados para pagar juros a agiotas!
-> Quais 'greves gerais' qual carapuça... a primeira das prioridades... deverá ser... o contribuinte conseguir ver-se livre da 'Ditadura dos Banksters'!
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->Devemos consultar o know-how islandês para colocar um travão no esquema mafioso: «saquear os contribuintes para dar a agiotas».
-> Uma revolução à Islândia [ a revolução censurada pelos Media, mas vitoriosa! ] permitirá aos contribuintes defenderem-se dos banksters.
Resumo (tudo pacificamente):
- Renegociação/reestruturação da dívida;
- Referendo, de modo a que o povo se pronuncie sobre as decisões económicas fundamentais;
[uma sugestão: blog «fim-da-cidadania-infantil»]
- Reescrita da Constituição pelos cidadãos.
{Obs: Os políticos e os partidos políticos vão ter que se aguentar... leia-se, têm de passar a ser muito mais controlados pelos cidadãos}
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Anexo:
Os banksters manobraram a nacionalização de negócios 'madoffianos'... consideram-se os donos dos rendimentos dos contribuintes [os governos são manobrados para cobrarem mais impostos]... e consideram-se os donos do património dos contibuintes [veja-se as privatizações selvagens a preço de '''saldos''' - saldos salvo seja, leia-se: empresas estratégicas para a soberania nunca deveriam ser vendidas!].

quarta-feira, novembro 07, 2012  

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