15 de Março de 44 A.C.
César é assassinado numa reunião do senado, nos Idos de Março (15 de Março) de 44 a.C., por um grupo de senadores que acreditavam agir em defesa da República. Entre eles contavam-se os seus antigos protegidos Marcus Junius Brutus e Gaius Longinus Cassius. César caíu aos pés de uma estátua de Pompeu e as suas últimas palavras são descritas em várias versões:
Kai su, teknon? (Grego, tu também, meu filho?)
Tu quoque, Brute, fili mi! (Latim, Tu também, Brutus meu filho!)
Et tu, Brute? (Latim, Tu também, Brutus?, versão imortalizada na peça de Shakespeare)
Segundo Suetônio, em "A Vida dos Doze Césares", César, ao ser golpeado, não pronunciou frase alguma.
A lenda reporta um aviso feito por Calpurnia Pisonis, a mulher de César, depois de ter sonhado com um presságio terrível, mas César ignorou-a dizendo Só se deve temer o próprio medo
Militar e estadista romano, César é sobrinho de Mário, um proeminente aristocrata romano que se faz nomear, aos dezassete anos, sacerdote de Júpiter. Perseguido por Sila, refugia-se na Bitínia. Nestas terras asiáticas, inicia-se no ofício das armas. Aquando da morte do ditador, regressa a Roma, participa nas instituições civis e, de seguida, chega a Rodes para aperfeiçoar a sua eloquência. Durante uma destas viagens é sequestrado por piratas, que pedem 20 talentos de resgate; César oferece-lhes 50 e assegura-lhes que de seguida vai acabar com eles; e assim o faz. No ano de 74 a. C. é eleito membro do colégio dos pontífices. É, sucessivamente, tribuno militar, questor e edil. Após a conjura de Catilina é-lhe concedido o governo da Hispânia Ulterior. Carregado de dívidas, pode sair de Roma graças ao seu amigo Creso que lhas paga. No ano de 69 a. C. inicia a sua administração da província hispânica, tornando-a próspera e enriquecendo ele próprio. Ao regressar César da Hispânia, Pompeu regressa da Ásia. Ambos hostilizados com o Senado, formam, com Crasso, o primeiro triunvirato. Contam com o apoio do exército e do povo. No ano de 60 a. C., César é nomeado cônsul. Adopta medidas políticas e administrativas passando por cima do Senado. Nomeado governador da Gália, assenta o seu prestígio militar em longas campanhas bélicas. No ano de 51 a. C., a Gália fica completamente submetida ao poder das legiões romanas. O Senado, assustado com os seus êxitos, seduz Pompeu, encarregando-o da defesa da República.
Então César, à frente das suas tropas, atravessa um pequeno rio fronteiriço, o Rubicão, e aproxima-se ameaçadoramente de Roma. Pompeu foge precipitadamente para o Oriente. César, então, dirige-se primeiro à Hispânia, onde vence as forças de Pompeu ali estabelecidas, e, de seguida, ao Oriente. Em Farsalo (48 a. C.) vence definitivamente Pompeu, que perde a vida. César, retido pelos encantos de Cleópatra, fica uma temporada no Egipto. Volta de seguida a Itália, onde vence os adeptos de Pompeu em Thapsus, e combate os filhos de Pompeu na Hispânia, vencendo-os em Munda (Ronda) no ano de 45 a. C.
De volta a Roma recebe as máximas honras e é nomeado ditador vitalício. Carregado de honras quase reais, adopta diversas medidas legislativas e administrativas que molestam as famílias patrícias de Roma. Com a desculpa de evitar que se converta em rei, Catão, Bruto (afilhado de César) e outros põem-se de acordo para o assassinar, coisa que fazem no mesmo Senado (ano de 44 a. C.).
Como escritor, Júlio César adopta posturas de político e militar. Neste sentido, tanto os seus discursos como as suas obras históricas tentam expor e justificar as suas acções. Para isso deformam os factos e incorre em omissões e inclusive em falsificações, o que lhe permite oferecer uma imagem perfeita de si mesmo. Apesar disso, César é merecidamente considerado um autor clássico e um modelo da língua latina. Da sua clareza e concisão, da sua expressão precisa, do seu uso da terceira pessoa para se referir a si mesmo, depreende-se uma poderosa objectividade. Em De Bello Gallico relata as suas campanhas contra os Galos até à derrota de Vercingétorix, seu chefe. E em De Bello Civile narra as suas campanhas contra Pompeu.
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