sábado, março 13, 2010

Um horizonte por fazer

Nos momentos em que a vida flui e em que a paisagem onde me revejo, é um horizonte sem linha definida, como nos dias de nevoeiros e névoas, sou capaz meu amor, de antever uma mágoa, ou um sonho sem sobressaltos, porque a vou habituando a correr os dias e as horas, mais ou menos devagar.
Pois, é verdade, eu não consigo parar o tempo, nem com toda a imaginação que me seja possível usar, e olha, que eu tenho uma grande imaginação, tão grande, como o mundo que me cerca e que me é possível adivinhar, para além dos horizontes nos dias de neblina.
Secam-se as palavras e as ideias, mas sinto o cheiro do sonho e o gosto das horas de sonho, mas a saudade está sempre presente, como uma lapa teimosa, que se agarra a uma rocha, por mais que o mar lhe bata, mesmo que esteja tempestuoso,e é mais forte, porque é mais longo, este tempo que quero que passe, que o tempo que quero que pare, mas nós não mandamos no tempo, e ele é implacável e impiedoso, daí a mágoa dos dias e das horas mortas, como se fosse uma chuva gelada que me faz doer os ossos até ao fundo da alma.
Mas não ligues, porque as palavras são apenas isso, palavras, o vento do Sul as levará, e com ele, as minhas lágrimas, que não quero que vejam, porque as sei esconder no fundo da minha alma, porque a vida é apenas um sonho ainda por sonhar e um horizonte por fazer.

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