quarta-feira, março 02, 2005

Solução.

"Quatro associações comunitárias da urbanização da Quinta do Mocho, em Sacavém, onde o fenómeno da delinquência juvenil e das guerras de "gangs" rivais fez vários feridos no último mês, vão organizar sexta-feira uma Marcha pela Paz idêntica à que se realizou há duas semanas na Cova da Moura, onde um polícia foi morto numa operação de rotina. A marcha, com início às 16h, visa chamar a atenção para o aumento da criminalidade na zona, fruto sobretudo da rivalidade entre jovens oriundos dos bairros problemáticos existentes nesta freguesia do concelho de Loures. Desde Maio de 2004 que já se registaram três tiroteios na Quinta do Mocho, o último dos quais, no mês passado, provocou ferimentos em seis pessoas, duas crianças e quatro adultos. Em todos os casos, os tiros foram disparados de forma indiscriminada de viaturas em movimento, alegadamente conduzidas por jovens dos bairros vizinhos da Apelação e Camarate. "As vítimas são sempre inocentes que estão na rua naquele momento", explica o guineense Mara Keta, da Associação Unida e Cultural da Quinta do Mocho, uma das organizadoras da marcha.

Os habitantes responsabilizam o fim do projecto de policiamento de proximidade da PSP pelo agravamento da insegurança. "Tínhamos aqui três polícias e não havia problemas", explica Mara Keta. "O projecto acabou. A polícia diz que não tem verba nem dispõe de efectivos. Passa aqui o carro patrulha mas do que nós e os outros bairros precisamos é de polícias em permanência. Bastavam dois na Apelação, dois em Camarate e dois aqui e os problemas acabavam." Na urbanização, que realojou os habitantes da velha e degradada Quinta do Mocho, vivem cerca de 3500 pessoas. A população é quase toda oriunda das ex-colónias portuguesas, com predominância de angolanos. Cerca de 50 por cento dos moradores têm menos de 29 anos. A maioria dos homens trabalha na construção civil e muitos deles estão desempregados, devido à falta de trabalho. As mulheres trabalham sobretudo na limpeza."

Talvez um dia a vontade política se sobreponha à exploração económica e resolva o assunto. Até lá, os inocentes vão pagando. Já agora. Estando a maioria dos imigrantes desempregados porque insistem na vinda de mais? Mais. As associações de imigrantes já estão a aproveitar a habitual fraqueza dos governos PS.

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