segunda-feira, maio 22, 2006

Dissecando o politicamente correcto.

"Um homem de 36 anos, foragido à justiça, foi baleado na cabeça, ontem de manhã, em Massamá Norte, concelho de Sintra, por um inspector da Polícia Judiciária (PJ), quando este tentava detê-lo. Os dois filhos gémeos da vítima, de quatro anos, assistiram a tudo. Ontem, foi montada uma operação para o deter. Quando Florindo se preparava para sair da praceta no seu automóvel, um Ford Fiesta, foi-lhe dada ordem de paragem por um inspector da PJ. O que aconteceu a seguir, não é ainda claro. O polícia alega que disparou no momento em que saltou para evitar que Florindo o atropelasse. Uma testemunha já ouvida no inquérito - que entretanto foi aberto - conta, por seu turno, que o inspector - que saiu de um dos últimos cursos na PJ - fez fogo já depois de se ter desviado da viatura. "

1/ O problema aqui reside no facto de os filhos verem o seu pai ser baleado. Já o pai atropelar o PJ não era traumático para os miúdos. Sinal que eles saem ao pai.

2/ A preocupação com que o jornalista sublinha o facto de o PJ ter saído de um dos últimos cursos, embora não diga se foi este ano, o ano passado ou há 10 anos atrás, só lhe confere o direito a ser atropelado. Não a defender-se de uma agressão passível de lhe causar a morte.

3/ Aqui parece não haver dúvidas que ele tentou atropelar o PJ.

4/ Brilhante introdução para o jornalismo politicamente correcto de um país que teme meia dúzia de Skinheads e tem um partido político que se dedica a defender a criminalidade.

"No local não foram encontradas quaisquer marcas de pneus que indiciassem uma tentativa de fuga a alta velocidade ou uma travagem. De acordo com testemunhas, e após o tiro, o inspector levou as mãos à cabeça em sinal de desespero e numa delas ainda empunhava a pistola. Dirigiu-se então a um café próximo pedindo para chamarem uma ambulância. "

1/ Não conhecemos marcas de pneus causadas por fugas a alta velocidade. Conclui-se que ele tentou atropelar o PJ em slow motion.

2/ Fugas com travagens também não são normais, especialmente quando se tenta atropelar alguém.

3/ O PJ dirigiu-se ao café porque o seu telemóvel não tinha bateria, o seu colega não tinha telemóvel e a aparelhagem de comunicação da PJ não funcionava devido aos cortes orçamentais do governo.

"Segundo dois cunhados, Florindo ia trabalhar.

“Ele só queria ir buscar vinho.
Meteu-se no carro e foi então que um homem, que disse ser da PJ, saiu de um carro ao lado”, diz o cunhado de Florindo. À voz de detenção que lhe foi dada, o cunhado de Nélson respondeu “sem violência”. “Eles devem ter pensado que ele ia ligar o carro e dispararam. A bala atingiu-o na cabeça”."

CM e JN

1/ Juntando as versões dos muitos cunhados, ele saiu para comprar uma garrafa de vinho com a qual ia trabalhar. Fez bem o PJ em impedi-lo de ir trabalhar com o vinho. Ainda podia ser despedido por ser alcoólico.

2/ Afinal a outra testemunha viu mal. Ele não tentou atropelar o PJ. Provavelmente foi o PJ que se atirou para cima do carro mas o baleado, com uma oportuna marcha-atrás que não deixou marcas de pneus, esquivou-se, fazendo com que o PJ tenha caído no chão.

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