A polícia e o alarme social
"Quando se trata de casos de polícia, há sempre alguém que grita existir alarme social: ou por haver polícias a menos, ou por eles se concentrarem em excesso num dado lugar. No concelho de Sintra, com a composição demográfica que se conhece, não parece excessivo imaginar que o assassínio de dois jovens, filiados em gangues urbanos ou não, pudesse abrir a porta a vinganças sangrentas, ao estilo da Ribeira, no Porto. Algo que os políticos, e as autoridades, tentam evitar repetir a todo o custo: com polícias, muitos polícias, nas ruas; e palavras, sucessivas, de alerta.Antes de se dar largas à intelectualidade politicamente correcta e gastar os impostos dos contribuintes, seria “interessante” saber se os jovens se querem de facto integrar. Até porque as novas leis criminais lhes concedem a facilidade de obterem mais facilmente os bens roubando do que a trabalhar.
Há quem acuse tamanha "deriva securitária". Mas se se perguntar aos moradores anónimos dos bairros visados pelo clima de violência latente criado por jovens que dominam as ruas, seguramente que se declaram agradecidos pela presença maciça de agentes fardados dos últimos dias. O problema está em que, terminados os funerais, a
pressão da presença policial vai diminuir, mais tarde ou mais cedo.
Como alerta ao presidente da Câmara de Sintra, a paz nas ruas e nas pessoas passa pelo envolvimento concentrado de outros ministérios. A Educação e a Segurança Social, e não somente a Administração Interna, têm de vencer o desafio da integração de uma crescente população imigrada jovem, que patrulha territórios em guerras imaginadas, em vez de estar a estudar ou a aprender uma profissão qualificada. O alarme social não deve resultar, assim, da presença policial ostensiva. Ele virá uma e outra vez ao de cima, se se deixar centenas de jovens marginalizados ao seu destino".
Editorial do DN
Etiquetas: Novas do reino da retórica.
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