Os homens devem estar loucos
"SINCERAMENTE, o mundo parece estar a girar ao contrário.
Em Espanha, Ruben Coronado está grávido de gémeos. Transexual, antes de se sujeitar à operação de mudança de sexo, o ex-Estefânia fez um tratamento de fertilidade e engravidou, porque a sua mulher, de 43 anos, não podia ter mais filhos (além dos dois que já tinha de casamento anterior).
Nos Estados Unidos, Thomas Beatie, o primeiro homem (transexual) a engravidar, está de novo à espera de um filho.
No Sul de Inglaterra, oito colégios de Oxfordshire iniciaram um programa de distribuição da pílula do dia seguinte a jovens estudantes para evitar gravidezes precoces e indesejadas.
Em Portugal, os partos naturais em casa dispararam nos últimos anos – mais 40% (para cima de mil) só em 2007, ano em que naturalmente também aumentaram os abortos medicamente assistidos em clínicas privadas e hospitais públicos devidamente apetrechados, em virtude da legislação aprovada na sequência de referendo nacional.
Ainda em Portugal, uma menina de 12 anos com dificuldades cognitivas foi violada por um homem de 26 anos e dois rapazes, de 17 e 19 anos, filmaram o criminoso acto e difundiram as aberrantes imagens por telemóvel na escola que a vítima frequenta.
Que se tenha visto ou lido, nenhuma destas notícias gerou controvérsia ou polémica superior a conversa de café.
São notícias do mundo ocidental e desenvolvido. Do mundo que proclama a democracia e o pluralismo, a liberdade de acção e de pensamento.
Pois, do mesmo mundo onde a visita de Bento XVI_a África quase se resumiu à polémica por causa de uma resposta do Papa a um jornalista a bordo do avião que haveria de aterrar nos Camarões. Sobre quê? O_uso do preservativo. Que o Papa, reiterando a doutrina da Igreja de que é líder e servo, considera não ser solução para o flagelo da sida... no continente africano e no resto do mundo.
Ai Jesus, o que ele foi dizer. Só faltou chamarem-no de herege e espantarem-se também por vestir de branco.
O Papa não aterrou em África como a garrafa de Coca-_-cola vazia que caiu do céu na comédia de Jamie Uys Os Deuses Devem Estar Loucos.
Levava uma mensagem de paz, de esperança, de exaltação da condição humana, de incentivo ao progresso dos povos.
Essa, entre os bem pensantes do Ocidente desenvolvido, democrático e plural, ninguém bebeu.
O que é isso ao pé da afirmação de que o preservativo não é solução para a sida?
Não é. Claro que não é. É simples e falível método de prevenção em qualquer parte do globo. Dos musseques africanos aos melhores colégios europeus, como está bom de ver.
Mas não é politicamente correcto dizê-lo, mesmo que ainda e só porque interpelado.
No mundo ocidental, educado e informado, não se admite.
Como não se admite que uma mulher possa fazer um aborto fora de clínica ou hospital, mas, num repente, se elogia a moda dos partos naturais, com injustificada dor, e em casa.
Isto, na mesma sociedade que recebe com naturalidade a gravidez de um homem que não quis ser mulher mas não prescinde de poder dar à luz.
E no_mesmo mundo que cria vis criaturas que filmam a violação de uma menina e distribuem as imagens na escola que ela frequenta.
Qual liberdade, qual democracia, qual desenvolvimento, qual quê?
O politicamente correcto tornou-se o pior dos espartilhos da presumida liberdade de pensamento e de expressão.
É o novo pensamento único – ao sabor do vento, da moda, dos interesses dominantes ou dominadores.
Ai, sim, dos que não seguem os cânones do momento. Cambada de conservadores, ignorantes, retrógrados.
Mas, do monte de baboseiras de que se faz o politicamente correcto, o resultado está à vista.
Olhem, ou o mundo está mesmo a girar ao contrário ou os homens estão mas é loucos."
MRamires
Em Espanha, Ruben Coronado está grávido de gémeos. Transexual, antes de se sujeitar à operação de mudança de sexo, o ex-Estefânia fez um tratamento de fertilidade e engravidou, porque a sua mulher, de 43 anos, não podia ter mais filhos (além dos dois que já tinha de casamento anterior).
Nos Estados Unidos, Thomas Beatie, o primeiro homem (transexual) a engravidar, está de novo à espera de um filho.
No Sul de Inglaterra, oito colégios de Oxfordshire iniciaram um programa de distribuição da pílula do dia seguinte a jovens estudantes para evitar gravidezes precoces e indesejadas.
Em Portugal, os partos naturais em casa dispararam nos últimos anos – mais 40% (para cima de mil) só em 2007, ano em que naturalmente também aumentaram os abortos medicamente assistidos em clínicas privadas e hospitais públicos devidamente apetrechados, em virtude da legislação aprovada na sequência de referendo nacional.
Ainda em Portugal, uma menina de 12 anos com dificuldades cognitivas foi violada por um homem de 26 anos e dois rapazes, de 17 e 19 anos, filmaram o criminoso acto e difundiram as aberrantes imagens por telemóvel na escola que a vítima frequenta.
Que se tenha visto ou lido, nenhuma destas notícias gerou controvérsia ou polémica superior a conversa de café.
São notícias do mundo ocidental e desenvolvido. Do mundo que proclama a democracia e o pluralismo, a liberdade de acção e de pensamento.
Pois, do mesmo mundo onde a visita de Bento XVI_a África quase se resumiu à polémica por causa de uma resposta do Papa a um jornalista a bordo do avião que haveria de aterrar nos Camarões. Sobre quê? O_uso do preservativo. Que o Papa, reiterando a doutrina da Igreja de que é líder e servo, considera não ser solução para o flagelo da sida... no continente africano e no resto do mundo.
Ai Jesus, o que ele foi dizer. Só faltou chamarem-no de herege e espantarem-se também por vestir de branco.
O Papa não aterrou em África como a garrafa de Coca-_-cola vazia que caiu do céu na comédia de Jamie Uys Os Deuses Devem Estar Loucos.
Levava uma mensagem de paz, de esperança, de exaltação da condição humana, de incentivo ao progresso dos povos.
Essa, entre os bem pensantes do Ocidente desenvolvido, democrático e plural, ninguém bebeu.
O que é isso ao pé da afirmação de que o preservativo não é solução para a sida?
Não é. Claro que não é. É simples e falível método de prevenção em qualquer parte do globo. Dos musseques africanos aos melhores colégios europeus, como está bom de ver.
Mas não é politicamente correcto dizê-lo, mesmo que ainda e só porque interpelado.
No mundo ocidental, educado e informado, não se admite.
Como não se admite que uma mulher possa fazer um aborto fora de clínica ou hospital, mas, num repente, se elogia a moda dos partos naturais, com injustificada dor, e em casa.
Isto, na mesma sociedade que recebe com naturalidade a gravidez de um homem que não quis ser mulher mas não prescinde de poder dar à luz.
E no_mesmo mundo que cria vis criaturas que filmam a violação de uma menina e distribuem as imagens na escola que ela frequenta.
Qual liberdade, qual democracia, qual desenvolvimento, qual quê?
O politicamente correcto tornou-se o pior dos espartilhos da presumida liberdade de pensamento e de expressão.
É o novo pensamento único – ao sabor do vento, da moda, dos interesses dominantes ou dominadores.
Ai, sim, dos que não seguem os cânones do momento. Cambada de conservadores, ignorantes, retrógrados.
Mas, do monte de baboseiras de que se faz o politicamente correcto, o resultado está à vista.
Olhem, ou o mundo está mesmo a girar ao contrário ou os homens estão mas é loucos."
MRamires
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