O castigo a Sócrates
"Manuela Ferreira Leite é a grande vencedora das eleições europeias de 2009. José Sócrates é o indiscutível vencido. E não pode acusar a crise pela sua derrota. Angela Merkel e Nicholas Sarkozy, apesar da crise, venceram as eleições.
A campanha eleitoral deu os primeiros sinais. Vital Morreira pode ter sido uma escolha que afastou mais eleitores do que atraiu. Não, muito provavelmente, por ter falado no imposto europeu. Sim, com elevada probabilidade, por ter chamado á campanha o caso BPN com acusações de "ladroagem" ao PSD.
Paulo Rangel mostrou ser uma escolha muito mais certadas por parte de Manuela Ferreira leite. Criou empatia com os eleitores, com uma atitude mais humilde que a do seu opositor. Se exceptuarmos, obviamente, a posição menos correcta que teve, já no fim da campanha, quando insistiu em desmentir o que tinha afirmado em entrevista ao Negócios sobre o imposto europeu. Um, Vital Moreira, e outro, Paulo Rangel, são favoráveis a um imposto europeu no que ele quer dizer de maior transparência e clarificação do que (já) pagam os contribuintes pela União Europeia. É pena que o primeiro, Vital, tivesse tentado lançar o tema para depois desistir dele e o segundo, Rangel, tivesse caído na tentação popularucha de dizer que se estava a falar de mais impostos, quando verdadeiramente partilha da mesma opinião dos socialistas como o demonstrou na entrevista ao Negócios quando foi obrigado a reflectir sobre a Europa.
Para José Sócrates estes resultados eleitorais deveriam servir para que reflectisse sobre a atitude que tem tido, tal como o seu partido, na gestão do país e na relação com a oposição. Do excesso de diálogo que marcou a liderança de António Guterres - em parte inevitável por não ter maioria parlamentar - ao "quero, posso e mando" com que José Sócrates começou a gerir o país, atacando todos quanto dele discordam, há um ponto intermédio em que todos podem ganhar muito mais. O lamentável caso do Provedor de Justiça é um dos exemplos de uma forma de governar que está a ir longe de mais.
A crise, mais uma vez, não pode ser a razão apresentada pelo PS para a sua derrota. Gordon Brown e Jose Luis Zapatero foram os vencidos, mas um e outro vivem momentos políticos muito complicados a par da crise económica. Mas Angela Merkel, a braços com uma das mais graves recessões europeias, e Nicolas Sarkozy, venceram as eleições.
Também não pode José Sócrates afirmar que derrota tem a sua razão nas reformas que fez. As sondagens mantiveram-no folgadamente à frente nos momentos mais difíceis das mudanças na Educação e na Função Pública.
A abstenção, contrariamente ao que se previa, não foi a mais elevada de sempre. E, historicamente, a abstenção beneficia a esquerda, mais concretamente o PCP. Mas desta vez isso não aconteceu. O Bloco de Esquerda, outro dos grandes vencedores, convida os partidos do poder a reflectirem sobre como estão a abordar alguns problemas da crise financeira.
Nos próximos dias será possível analisar mais profundamente as razões da derrota do PS e a primeira vitória do PSD desde 1989 em eleições europeias. Manuela Ferreira Leite não é, afinal, uma líder que se deve menosprezar como o PS pensava."
Helena Garrido
A campanha eleitoral deu os primeiros sinais. Vital Morreira pode ter sido uma escolha que afastou mais eleitores do que atraiu. Não, muito provavelmente, por ter falado no imposto europeu. Sim, com elevada probabilidade, por ter chamado á campanha o caso BPN com acusações de "ladroagem" ao PSD.
Paulo Rangel mostrou ser uma escolha muito mais certadas por parte de Manuela Ferreira leite. Criou empatia com os eleitores, com uma atitude mais humilde que a do seu opositor. Se exceptuarmos, obviamente, a posição menos correcta que teve, já no fim da campanha, quando insistiu em desmentir o que tinha afirmado em entrevista ao Negócios sobre o imposto europeu. Um, Vital Moreira, e outro, Paulo Rangel, são favoráveis a um imposto europeu no que ele quer dizer de maior transparência e clarificação do que (já) pagam os contribuintes pela União Europeia. É pena que o primeiro, Vital, tivesse tentado lançar o tema para depois desistir dele e o segundo, Rangel, tivesse caído na tentação popularucha de dizer que se estava a falar de mais impostos, quando verdadeiramente partilha da mesma opinião dos socialistas como o demonstrou na entrevista ao Negócios quando foi obrigado a reflectir sobre a Europa.
Para José Sócrates estes resultados eleitorais deveriam servir para que reflectisse sobre a atitude que tem tido, tal como o seu partido, na gestão do país e na relação com a oposição. Do excesso de diálogo que marcou a liderança de António Guterres - em parte inevitável por não ter maioria parlamentar - ao "quero, posso e mando" com que José Sócrates começou a gerir o país, atacando todos quanto dele discordam, há um ponto intermédio em que todos podem ganhar muito mais. O lamentável caso do Provedor de Justiça é um dos exemplos de uma forma de governar que está a ir longe de mais.
A crise, mais uma vez, não pode ser a razão apresentada pelo PS para a sua derrota. Gordon Brown e Jose Luis Zapatero foram os vencidos, mas um e outro vivem momentos políticos muito complicados a par da crise económica. Mas Angela Merkel, a braços com uma das mais graves recessões europeias, e Nicolas Sarkozy, venceram as eleições.
Também não pode José Sócrates afirmar que derrota tem a sua razão nas reformas que fez. As sondagens mantiveram-no folgadamente à frente nos momentos mais difíceis das mudanças na Educação e na Função Pública.
A abstenção, contrariamente ao que se previa, não foi a mais elevada de sempre. E, historicamente, a abstenção beneficia a esquerda, mais concretamente o PCP. Mas desta vez isso não aconteceu. O Bloco de Esquerda, outro dos grandes vencedores, convida os partidos do poder a reflectirem sobre como estão a abordar alguns problemas da crise financeira.
Nos próximos dias será possível analisar mais profundamente as razões da derrota do PS e a primeira vitória do PSD desde 1989 em eleições europeias. Manuela Ferreira Leite não é, afinal, uma líder que se deve menosprezar como o PS pensava."
Helena Garrido
1 Comments:
Estejam atentos.
Sócrates e o seu grupo de informadores e acessores estão a preparar-se para desfazer as asneiras de quase 4 anos.
Querem fazer em 4 meses aquilo que destruiram em 4 anos.
Preparem-se para ver o espectáculo.
O gajo dos cobertores da Feira de Carcavelos não faria melhor
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