São todos uns incompetentes. Só pode ser.
"Um automobilista engana-se na auto-estrada e às tantas ouve um alerta na Rádio: "Atenção há um condutor em contramão na A2". "Um"?, pergunta: "São milhares". Lembrei-me desta anedota ontem, ao ouvir o ministro das Finanças questionar a credibilidade das agências de rating por terem posto em causa a sanidade das nossas finanças públicas: "É estranho que tendo divulgado o OE à noite, as agências tivessem uma análise no dia seguinte".
Quando lhe perguntámos se a conclusão a tirar é que estamos perante incompetentes, nas agências de rating e nos mercados, reafirmou o "track record" do Governo a baixar o défice orçamental para 2,6% em 2008 (esquecendo-se que essa performance se deveu mais ao aumento da receita que à redução da despesa). Mas a tirada mais estranha aconteceu quando associou o comportamento das agências de rating a estratégia comercial para "aumentar quotas de mercado". Uma autêntica "boutade".
Se as dúvidas sobre as nossas finanças fossem exclusivo de uma única agência, ou analista, a sua contestação seria aceitável. Mas contestar aquilo que é uma percepção generalizada de analistas e mercados é classificá-los de estúpidos… menos Teixeira dos Santos (como na anedota). Coisa que além de ficar mal a um professor de Economia só serve para assustar ainda mais os investidores, levando-os a colocarem-nos no mesmo saco que a Grécia (não por acaso os juros da nossa dívida dispararam para 4,34%). Se o ministro quer queimar o seu nome nos mercados, problema seu. Mas que não queime o da República. Os ministros passam, a República continua."
Camilo Lourenco
Quando lhe perguntámos se a conclusão a tirar é que estamos perante incompetentes, nas agências de rating e nos mercados, reafirmou o "track record" do Governo a baixar o défice orçamental para 2,6% em 2008 (esquecendo-se que essa performance se deveu mais ao aumento da receita que à redução da despesa). Mas a tirada mais estranha aconteceu quando associou o comportamento das agências de rating a estratégia comercial para "aumentar quotas de mercado". Uma autêntica "boutade".
Se as dúvidas sobre as nossas finanças fossem exclusivo de uma única agência, ou analista, a sua contestação seria aceitável. Mas contestar aquilo que é uma percepção generalizada de analistas e mercados é classificá-los de estúpidos… menos Teixeira dos Santos (como na anedota). Coisa que além de ficar mal a um professor de Economia só serve para assustar ainda mais os investidores, levando-os a colocarem-nos no mesmo saco que a Grécia (não por acaso os juros da nossa dívida dispararam para 4,34%). Se o ministro quer queimar o seu nome nos mercados, problema seu. Mas que não queime o da República. Os ministros passam, a República continua."
Camilo Lourenco
1 Comments:
Sounds like this could be another example of the Kruger Dunning effect:
http://www.psy.fsu.edu/~ehrlinger/Self_&_Social_Judgment/DunJohnEhr&Krug.pdf
http://pt.wikipedia.org/wiki/Efeito_Dunning-Kruger
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