sábado, fevereiro 20, 2010

Deixa-me estar assim, quieto...


As flores são paisagens impossíveis porque são todas diferentes,
há quem tenha dúvidas sobre as diferenças,
há quem as sinta como coisas indiferentes,
há os que gostam de tons mais ou menos quentes,
ou mais ou menos frios,
mas o momento das coisas é tudo,
e tudo pode acontecer num momento,
tão rápido e ténue,
que faz com que uma pequena coisa seja grande e grandiosa,
como uma grande coisa seja nada.
Não me esqueço das coisas simples,
das coisas complicadas ou mais estruturadas,
porque as pequenas coisas ou o mundo dos pequenos seres,
são como viver e renascer muitas vezes.
O carinho, o pequeno toque,
aquele que não se dá por ele,
o momento das grandes coisas nas nossas pequenas vidas,
o não esperes por mim,
o não esqueças que existe o medo do momento,
o medo de acordar de um momento fixado,
como tudo o que nos aproxima ou afasta,
o deixem-me estar no meu canto,
o não me acordem do sonho,
o não me perturbem o pesadelo,
o não me estraguem o dia,
o não me acendam a luz que me fere os olhos e o sentido,
o deixem-me estar no meu canto,
ou então acordem-me,
acordem-me, porque quero estar acordado,
quero sentir o que sinto,
quero ter os sentidos ,
todos,
mas todos alerta,
sem que me doa a cabeça,
sem que me tolham os movimentos,
porque o momento é tudo,
e deixem-me reviver os momentos fugazes,
como a vida de um insecto,
porque o tempo é tudo,
e porque me lembro de tudo
e porque a lembrança é assim
e o meu mundo é o instante,
por isso deixem-me sonhar acordado,
deixem-me viver este pequeno momento,
como se da vida de um insecto se tratasse antes de se transformar,
deixem-me viver a fase do insecto, não ninfa,
o insecto de cor e vida que chama para o amor,
como se abraçasse a vida no instante
e porque o momento é e foi tudo.
Deixem-me estar, assim.
Deixa-me estar assim meu amor.
N. As palavra e todo o artigo são da autoria de quem publica

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