quarta-feira, fevereiro 24, 2010

O silêncio do mar de vento...

Vou continuar a sonhar o meu sonho como se os olhos apenas vissem a minha alma,
como tentasse saber o que vai na tua,
sei que a vida é feita de decisões e de indecisões,
feita de dor e de pouca felicidade,
sei que o tempo de ser feliz dura muito mais que o outro,
sei o que se arrasta,
o que custa puxar uma coisa muito pesada,
mas sei também que vale a pena plantar muitas árvores com as minhas mãos,
sei que elas vão dar frutos porque os degustei, com deleite,
como queria degustar o que me aparece no horizonte,
como sei que que as coisas são o que são,
e não me deixo vencer pelas coisas impossíveis,
faz parte do meu dia a a dia,
gosto do vinho em conta e com corpo, aroma e alma,
os que sabem do que falo não me deixam mentir,
gosto de repetir palavras,
como gosto da imagem do cavalo puro sangue árabe,
feito pelo Deus Alá do pó e do vento do Sul,
para que voasse em vez de cavalgar, porque sei e porque já vi,
e porque gosto das palavras de Jesus e dos seus suaves milagres.
Gosto do teu doce olhar que me ficou na memória gravado na alma,
mesmo que seja impossível o que julgamos ser,
gosto do cristalino sorriso que me contagia o ar taciturno,
gosto que me faças feliz, nem que seja por um segundo,
porque o tempo é elástico,
e nós é que o moldamos,
o fazemos parar,
porque as equações dadas como certas estão erradas,
porque as equações são feitas por doidos e são efémeras,
nós também somos, mas somos verdadeiros,
porque partimos de premissas certas,
porque o espírito vale mais que os números,
e porque as letras fora do nosso a,b ou c e não o y, beta, delta ou gama, são de outros.
Assim, ficamos pelas nossas conhecidas palavras,
pelas palavras que nunca teria coragem de dizer,
mas que vou dizendo,
como o que cavalo que voa no silêncio do deserto,
no silêncio do mar de vento,
assim,
vou quebrando o silêncio das palavras que vão ficando por dizer,
mesmo que nunca sejam ditas,
vou lembrando o gosto a fruta silvestre colhida no momento,
o sentir o cetim ou a seda pura,
o estremecer sem saber controlar o voo das asas do desejo,
voar mais alto que a mais forte águia,
sentir o prazer do ar rarefeito,
porque é disso que falo,
é deste embalo em que me fico,
sonhando e pedindo que me não acordem do sonho,
porque o sonho é tudo o que nos resta,
e ao acordar quero sentir o gosto a framboesas, mirtilho e amoras silvestres,
e contemplar o objecto do desejo,
como se fosse a última vez,
de muitas outras vezes,
porque o sonho é tudo e sem sonho um homem não vive...

2 Comments:

Blogger Toupeira said...

Mais uma vez peço desculpas por duas gralhas é o efeito de escrever directo e sem rede.
São bem claras e percebem-se.

quarta-feira, fevereiro 24, 2010  
Anonymous Mané said...

Está desculpado. "Penso eu de que..."

quarta-feira, fevereiro 24, 2010  

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