O eng. Sócrates não faz 'bullying'
"Antigamente, se após ser espancada por um colega de escola uma criança fazia queixinhas aos mais velhos, essa criança era tecnicamente mariconça. Felizmente, na maioria das vezes a queixa resultava em espancamento em casa (por não se ter defendido), depois em novo espancamento na escola (por se ter queixado) e por aí fora, numa espiral de violência pedagógica que iniciava o petiz nas agruras da vida. Essa fase formativa deixou de existir. Hoje, a criança agredida é uma pobre vítima de bullying e, ao invés de uma lição, suscita alarme e mimos. Não admira que, legitimada na sua mariquice, nunca chegue a crescer excepto no tamanho e atinja a idade adulta tão indefesa quanto no dia em que levou o tabefe inaugural do rufia da turma.
Por isso, foi com tristeza mas sem espanto que soube do sucedido aos subordinados do primeiro-ministro inglês. Segundo consta, diversos funcionários de Downing Street habituaram-se a telefonar, aflitinhos, para uma linha nacional de apoio a alvos de bullying. O motivo? Gordon Brown costuma agarrá-los pelas lapelas e gritar- -lhes. Num mundo ideal, os choramingas seriam expostos em público e devidamente humilhados. No mundo que temos, a imprensa local e a oposição tomaram as dores dos funcionários e desataram a criticar os modos do sr. Brown. A lendária fleuma britânica tornou--se uma memória vaga.
E a fleuma caseira? Pelo menos no que toca às altas instâncias governamentais, é difícil responder. Se o eng. Sócrates tem fama de irritadiço com os serviçais, não parece ter o proveito. No caso das "escutas", o nosso primeiro-ministro admitiu a hipótese do uso abusivo do seu nome e mesmo assim acrescentou de imediato que os eventuais abusadores lhe merecem a maior estima. Face a tamanha doçura, ficamos pois sem saber de que modo reagiriam essas criaturas a uma cena de intimidação física a cargo do PM: como homens de facto, isto é, com intimidação redobrada, ou como homens modernos, dos que correm entre lágrimas a ligar à APAV? Eu aposto na segunda hipótese, porque nada nos sujeitos em causa indicia coluna vertebral e porque dispõem de desconto da PT nas chamadas. Ou dispunham, se não se tivessem demitido à conta da estima que o Chefe Maior lhes dedica e lhes merece."
Alberto Gonçalves
Por isso, foi com tristeza mas sem espanto que soube do sucedido aos subordinados do primeiro-ministro inglês. Segundo consta, diversos funcionários de Downing Street habituaram-se a telefonar, aflitinhos, para uma linha nacional de apoio a alvos de bullying. O motivo? Gordon Brown costuma agarrá-los pelas lapelas e gritar- -lhes. Num mundo ideal, os choramingas seriam expostos em público e devidamente humilhados. No mundo que temos, a imprensa local e a oposição tomaram as dores dos funcionários e desataram a criticar os modos do sr. Brown. A lendária fleuma britânica tornou--se uma memória vaga.
E a fleuma caseira? Pelo menos no que toca às altas instâncias governamentais, é difícil responder. Se o eng. Sócrates tem fama de irritadiço com os serviçais, não parece ter o proveito. No caso das "escutas", o nosso primeiro-ministro admitiu a hipótese do uso abusivo do seu nome e mesmo assim acrescentou de imediato que os eventuais abusadores lhe merecem a maior estima. Face a tamanha doçura, ficamos pois sem saber de que modo reagiriam essas criaturas a uma cena de intimidação física a cargo do PM: como homens de facto, isto é, com intimidação redobrada, ou como homens modernos, dos que correm entre lágrimas a ligar à APAV? Eu aposto na segunda hipótese, porque nada nos sujeitos em causa indicia coluna vertebral e porque dispõem de desconto da PT nas chamadas. Ou dispunham, se não se tivessem demitido à conta da estima que o Chefe Maior lhes dedica e lhes merece."
Alberto Gonçalves
1 Comments:
Demitem-se não é saiem da capoeira. Apenas saiem do poleiro, mas não da área do milho. Por exemplo, o Dr. Armando Vara deixou de ser administrador do BCP mas não deixou de receber o vencimento desse cargo. E a mim parece-me que os outros vão a rego...
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