Inimigos do povo
"A saloiada nativa não gosta que digam mal da Pátria. Parece que o ‘estrangeiro’ está atento à paróquia e a melhor forma de velar pelos interesses dela é pelo silêncio ou pela fantasia, não pela crítica ou pela verdade.
Há uns tempos, em discurso no Parlamento Europeu, Paulo Rangel avisava que o Estado de Direito estava em risco em Portugal. O discurso era ligeiramente histérico (no conteúdo e no tom), mas a saloiada não perdeu tempo com as palavras do homem; apenas com a atitude dele em levar para fora as nossas misérias internas. Nesta semana, novo capítulo. Com Manuela Ferreira Leite. A economia portuguesa está a caminho do abismo grego? Não existe economista sério que não contemple essa possibilidade. Mas ter a líder da oposição a verbalizá-la em público é um crime contra a nossa imagem e, no limite, um crime contra Portugal. Cinco anos de socratismo, no fundo, deram nisto: transformar qualquer crítico do governo em ‘inimigo do povo’, uma categoria célebre que, depois das desgraças do século XX, eu julgava definitivamente enterrada."
João Pereira Coutinho
Há uns tempos, em discurso no Parlamento Europeu, Paulo Rangel avisava que o Estado de Direito estava em risco em Portugal. O discurso era ligeiramente histérico (no conteúdo e no tom), mas a saloiada não perdeu tempo com as palavras do homem; apenas com a atitude dele em levar para fora as nossas misérias internas. Nesta semana, novo capítulo. Com Manuela Ferreira Leite. A economia portuguesa está a caminho do abismo grego? Não existe economista sério que não contemple essa possibilidade. Mas ter a líder da oposição a verbalizá-la em público é um crime contra a nossa imagem e, no limite, um crime contra Portugal. Cinco anos de socratismo, no fundo, deram nisto: transformar qualquer crítico do governo em ‘inimigo do povo’, uma categoria célebre que, depois das desgraças do século XX, eu julgava definitivamente enterrada."
João Pereira Coutinho
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