quinta-feira, março 25, 2010

O péssimo hábito de faltar à verdade ao país

"Teixeira dos Santos voltou ontem a insistir em duas supostas verdades do Pacto de Estabilidade e Crescimento (PEC): 1 - não há aumento de impostos; 2 - a redução de benefícios fiscais tem a ver com razões de equidade fiscal.

Nada mais falso. O ministro, que é docente de Economia, tem obrigação de não brincar com palavras: o que interessa ao cidadão comum não é saber se a taxa de imposto aumenta, é a parcela do rendimento que entrega ao Estado. E esse total, por via do PEC, vai aumentar. Mas Teixeira dos Santos omitiu ainda outro pormenor: o congelamento da dedução específica (72% do salário mínimo) configura um verdadeiro aumento de impostos, porque qualquer aumento de salários passa a ser tributado.

A segunda falácia tem a ver com a equidade fiscal: quem tem mais rendimentos, deve pagar mais impostos. "Bullshit": o Governo mexe nos benefícios fiscais porque precisa de receita para fazer face ao disparo de despesa pública. Se estivesse preocupado com equidade fiscal teria tomado aquelas medidas mais cedo. Ou será que descobriu, repentinamente, as referidas injustiças?

Teixeira dos Santos e Sócrates deviam reconhecer que se enganaram quando "decretaram" o fim do problema orçamental português e que precisam de pedir novos sacrifícios ao país. O "Zé Pagante" aceita sacrifícios mas odeia que o tomem por parvo.

Dir-se-á que os políticos são mesmo assim. Não é verdade. Basta recordar outro ministro das Finanças, Ernâni Lopes, que em 1983 não teve pejo em dizer ao país que teria de pagar mais impostos. Mas essa era gente de outra cepa
."

Camilo Lourenço

1 Comments:

Anonymous António Barreto said...

E como nos tratam como imbecis temos nós de tratar de correr com eles da governação.

quinta-feira, março 25, 2010  

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